O presidente da Renamo,
Afonso Dhlakama, anunciou, na tarde de quinta-feira em conferência de imprensa
em Maputo, o início oficial da sua campanha eleitoral na próxima
quarta-feira em Nampula. Antes, deverá visitar Chimoio, para um encontro com os
membros, simpatizantes e apoiantes da Renamo e com a população em geral.
O candidato da Renamo aproveitou também a ocasião para entrar no debate sobre a
continuidade da agenda de Guebuza, que Nyusi pretende levar avante, como tem
frisado. Dhlakama diz que Nyusi quer dar continuidade a uma agenda de pobreza e
de exclusão. “Ele diz ser candidato da continuidade e as pessoas devem votar
nele para dar continuidade. Eu pergunto: ‘Continuidade de quê? Da pobreza?
Continuidade da exclusão social, da guerra, da falta de habitação, da falta de
transporte e outros males que hoje o povo vive?’” Sobre a sua campanha, confirmou que vai iniciá-la na próxima terça-feira. “Vou
iniciar a campanha na terça-feira em contacto com a população em Chimoio, e na
quarta-feira estarei em Nampula, e seguidamente em Quelimane”, disse o
presidente e candidato da Renamo nessa conferência de imprensa, em que
estiveram presentes alguns observadores internacionais das eleições gerais e
provinciais deste ano.
Antes do encontro com jornalistas, que serviu para “agradecer-lhes pelo
trabalho que fizeram durante o tempo que duraram os confrontos militares entre
o Governo da Frelimo e a Renamo”, Afonso Dhlakama esteve num encontro, seguido
de um almoço, com representantes diplomáticos dos países da União Africana
acreditados em Maputo. Afonso Dhlakama disse não acreditar que possa vir a ter uma campanha
complicada. “Não creio que vá ser uma campanha complicada” declarou, afirmando,
por outro lado, que “em política não se despreza os adversários”. Questionado sobre a avaliação que fazia face à participação do MDM nestas
eleições, Dhlakama disse que o surgimento de muitas forças políticas no país é
fruto da democracia pela qual lutou e continua a lutar. “Não gostaria de falar de outros partidos, mas, porque estão a perguntar, eu
vou dizer que gostaria que o MDM, como uma força com oito assentos na
Assembleia da República, aumentasse o número dos seus deputados pelo menos para
uns doze ou mais”, respondeu, e acrescentou: “Não posso dizer que vamos
enfrentar o MDM, porque o nosso adversário, neste momento, é a Frelimo, como
partido histórico”.
Prometeu que, em caso de vitória eleitoral, ele e o seu partido vão melhorar o
sector da saúde, da educação e outras áreas sociais que “hoje não estão a ser
priorizados pelo Governo da Frelimo”.
O presidente da Renamo disse que deseja um debate aberto com os outros
candidatos presidenciais destas eleições.
“Aceito um debate político aberto com os outros candidatos. Mas alguns, como
sempre, não aceitam debater as ideias. Se aceitassem, eu queria bater tudo”
declarou, acrescentando: “Mas uma coisa fique clara, se o Nyusi continuar
assim, vai terminar no zero”.
Apelou à imprensa para tratar todos os concorrentes por igual durante esta
campanha. Disse que é optimista, que o país vai mudar, e salientou: “Até
pequenos partidos concorrentes apresentam nas suas campanhas um discurso de
mudança e de inclusão tal como eu e a Renamo sempre defendemos”.
Afonso Dhlakama referiu que, comparativamente ao período em que esteve na
capital do país, de 1992 a 2009, a sua imagem, pelo menos em Maputo, mudou
muito, pela positiva.
“Digo que valeu a pena a nossa luta, tirando o lado negativo que qualquer luta
sempre tem. Hoje, os que tinham todo o tipo de receio de serem conotados com o
partido que dirijo aproximam-se do Dhlakama, aproximam-se da Renamo e dizem
‘papá Dhlakama’ sem nenhum receio”. E Afonso Dhlakama perguntou, em changana:
“A hi lepswo?” (“Não é isso?”).
Prometeu que, no seu Governo, ninguém será obrigado a ser membro do partido e
que “os intelectuais e académicos não serão nacionalizados, como faz hoje a
Frelimo”. Explicou que cada um será chamado a dar as suas ideias na área em que
for especializado e “ninguém será obrigado ou transformado forçosamente em
político”.
Dhlakama considera que este crescimento também se nota nos órgãos da
comunicação social, a avaliar pela forma como os jornalistas trataram com
isenção todos os acontecimentos ocorridos no terreno, demonstrando maturidade.
“Não digo que vocês estiveram ao lado da Renamo. Mas apoiaram e simpatizaram
com a situação, colocando perante o povo os acontecimentos tal como ocorriam”,
afirmou o presidente da Renamo, revelando: “Sei como alguns de vocês tinham
medo e receios, de 1992 a 2009, de perderem os vossos empregos, se falassem a
verdade”.
Sobre o Fundo de Reconciliação, Integração Social e Paz, Afonso Dhlakma disse
não ter compreendido ainda bem, mas que, pelas explicações que lhe foram dadas
pelo Presidente da República, tudo indica que o mesmo vai beneficiar tanto
desmobilizados da Renamo como do Governo, através de oportunidades de emprego e
de negócios.
“Este fundo não vai distribuir dinheiro. O que vai acontecer é, através do
mesmo, serem criadas algumas empresas onde serão integrados os desmobilizados
proveniente de ambas as partes”, explicou apelando para que os países parceiros
apoiem o fundo, uma vez que, segundo diz, pensa que “o Governo não terá
capacidade financeira suficiente para levar avante o mesmo”.
“Mas a iniciativa, se for levada a sério, é boa, aqui no nosso país, onde
ocorre pela primeira vez”, concluiu. (Bernardo Álvaro)
Prometeu que, em caso de vitória eleitoral, ele e o seu partido vão melhorar o
sector da saúde, da educação e outras áreas sociais que “hoje não estão a ser
priorizados pelo Governo da Frelimo”.
“Aceito um debate político aberto com os outros candidatos. Mas alguns, como
sempre, não aceitam debater as ideias. Se aceitassem, eu queria bater tudo”
declarou, acrescentando: “Mas uma coisa fique clara, se o Nyusi continuar
assim, vai terminar no zero”.
Apelou à imprensa para tratar todos os concorrentes por igual durante esta
campanha. Disse que é optimista, que o país vai mudar, e salientou: “Até
pequenos partidos concorrentes apresentam nas suas campanhas um discurso de
mudança e de inclusão tal como eu e a Renamo sempre defendemos”.
Afonso Dhlakama referiu que, comparativamente ao período em que esteve na
capital do país, de 1992 a 2009, a sua imagem, pelo menos em Maputo, mudou
muito, pela positiva.
“Digo que valeu a pena a nossa luta, tirando o lado negativo que qualquer luta
sempre tem. Hoje, os que tinham todo o tipo de receio de serem conotados com o
partido que dirijo aproximam-se do Dhlakama, aproximam-se da Renamo e dizem
‘papá Dhlakama’ sem nenhum receio”. E Afonso Dhlakama perguntou, em changana:
“A hi lepswo?” (“Não é isso?”).
Prometeu que, no seu Governo, ninguém será obrigado a ser membro do partido e
que “os intelectuais e académicos não serão nacionalizados, como faz hoje a
Frelimo”. Explicou que cada um será chamado a dar as suas ideias na área em que
for especializado e “ninguém será obrigado ou transformado forçosamente em
político”.
Dhlakama considera que este crescimento também se nota nos órgãos da
comunicação social, a avaliar pela forma como os jornalistas trataram com
isenção todos os acontecimentos ocorridos no terreno, demonstrando maturidade.
“Não digo que vocês estiveram ao lado da Renamo. Mas apoiaram e simpatizaram
com a situação, colocando perante o povo os acontecimentos tal como ocorriam”,
afirmou o presidente da Renamo, revelando: “Sei como alguns de vocês tinham
medo e receios, de 1992 a 2009, de perderem os vossos empregos, se falassem a
verdade”.
Sobre o Fundo de Reconciliação, Integração Social e Paz, Afonso Dhlakma disse
não ter compreendido ainda bem, mas que, pelas explicações que lhe foram dadas
pelo Presidente da República, tudo indica que o mesmo vai beneficiar tanto
desmobilizados da Renamo como do Governo, através de oportunidades de emprego e
de negócios.
“Este fundo não vai distribuir dinheiro. O que vai acontecer é, através do
mesmo, serem criadas algumas empresas onde serão integrados os desmobilizados
proveniente de ambas as partes”, explicou apelando para que os países parceiros
apoiem o fundo, uma vez que, segundo diz, pensa que “o Governo não terá
capacidade financeira suficiente para levar avante o mesmo”.
“Mas a iniciativa, se for levada a sério, é boa, aqui no nosso país, onde
ocorre pela primeira vez”, concluiu. (Bernardo Álvaro)
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