O porta-voz do presidente da Renamo, António Muchanga, decidiu
responder ao coro de críticas que têm sido feitas por certos sectores de
opinião, por aquele partido defender nos últimos dias a nomeação de quadros da
Renamo para cargos de chefia a nível das Forças de Defesa e Segurança. Muchanga
diz não é verdade que a Renamo não esteja interessada nas eleições. Segundo o porta-voz de Dhlakama o que a Renamo está neste momento a exigir já
havia sido proposto há muito tempo, mas a Renamo estava à espera que assunto
fosse debatido no quando nas conversações/negociações se entrasse no capítulo
da Defesa e Segurança. Muchanga lembra que as instituições da Defesa e
Segurança representam efectivamente o Estado, e o Estado é de todos. “Nós
precisamos de estar dentro do exército à escala nacional, regional, provincial,
distrital e local. Nós poupámos esta questão porque esperávamos que ia ser
discutida quando discutíssemos as questões de Defesa e Segurança onde
deveríamos revisitar os Acordos de Roma Geral de Paz e recordar a Guebuza o
acordo que ele negociou uma questão previa que ele não fez”.A Renamo, segundo o
porta-voz da Afonso Dhlakama, está cansada de descriminação e marginalização.
Quer estar na Polícia e nas Forças de Defesa e Segurança desde o topo até à
base. “Só dessa maneira é que teremos tranquilidade no país. A paz não
pode ser feita sacrificando a Renamo. Pacientámos 21 anos, a sermos
marginalizados e descriminados”, disse António Muchanga.Sobre o recenseamento
do líder da Renamo que começa a ficar seriamente comprometido em função dos
prazos, o porta voz de Afonso Dhlakama diz que ainda há tempo para o líder do
maior partido de oposição em Moçambique, Afonso Dhlakama se recensear, bastando
para tal, que haja vontade do Governo.“Hoje (terça-feira) estamos no dia 16 de
Abril. Ainda há tempo para o presidente se recensear. Acredito que o
recenseamento pode não terminar no dia 29 de Abril porque a maior parte da
população também ainda não foi recenseada. Na província da Zambézia ainda não
atingiu 40 porcento, Em Nampula, ainda não atingiu. Mesmo aqui na cidade
(Maputo), há zonas em que tentam empolar os dados. É preciso dar oportunidade
para as pessoas se recensearem. Podemos prorrogar por mais um mês. Isso não vai
prejudicar”, disse Muchanga. Muchanga insistiu várias vezes dizendo que “haverá
eleições, bastando haver vontade, o impasse que prevalece pode-se resolver em
pouco tempo”. “Se o governo aceitar aqueles princípios, convidarmos os
observadores internacionais. Chegam ao país e resolvemos aquela questão. Os
observadores internacionais não só vão supervisionar o Acordo Geral de Paz. Nas
fases subsequentes que são aquelas que se seguem ao cessar-fogo contamos com
apoio deles, também”. Muchanga acrescentou: “Não podemos ser comandados
por prazos. Podem ser alterados porque foram feitos por homens. Há condições
para eleições, basta haver vontade”.António Muchanga também mandou recados aos analistas mais achegados ao regime.
Disse que os comentadores que pensam que a Renamo não está interessada na
realização de eleições “são preguiçosos mentais”. “Os analistas devem ser especialistas.
As previsões de um analista dificilmente falham. Eles falharam em tudo. Se
fossem médicos teriam matado muita gente. Se fossem professores era um
resultado desastroso. Se fossem montadores de viaturas, as mesmas teriam matado
muita gente”, ironizou o porta-voz do presidente da Renamo. Segundo o
porta-voz do líder da Renamo, as pessoas devem recordar-se quando é que a
Renamo escreveu a sua primeira carta de pedido de audiência. Já nessa altura a
Renamo tinha em vista a resolução destes problemas. “Foi antes das eleições
autárquicas”. (C.Saúte)
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