sexta-feira, abril 04, 2014

Endividamento confiando nos recursos naturais

O Observatório do Meio Rural (OMR), uma organização da sociedade civil, defende que é um equívoco pensar que as receitas resultantes da exploração dos recursos naturais poderão ser suficientes para cobrir a dívida externa do país.“Estamos a ter muito endividamento pensando que os recursos naturais vão nos proporcionar grandes riquezas no futuro”, disse o economista moçambicano, João Mosca, falando hoje, em Maputo, durante uma conferência nacional intitulada “Mega-Projetcos: Políticas e Governação”. Mosca explica que durante a elaboração de um programa de longo prazo é necessário fazer uma provisão para todo o tipo de eventualidades que poderão afectar negativamente determinado projecto.“Temos que contar também que há muitos riscos”, disse o economista, para de seguida acrescentar “é complicado quando se faz um programa de longo prazo contando-se com os recursos que vão entrar na economia. Ao longo do programa podem acontecer diversos factores capazes de contribuir negativamente para o programa, como situações de instabilidade, as empresas decidirem investir noutro país, entre outras.”Assim sendo, explicou Mosca, toda a economia entra a em crise. Também “entra em crise o orçamento de Estado, as famílias, e acabamos mais endividados”.Refira-se que actualmente a dívida externa moçambicana está estimada em 5,8 mil milhões de dólares.O economista disse ainda que a incapacidade da economia moçambicana em gerir a riqueza, contribui para o aumento do número de cidadãos pobres no país.“A nossa economia não está tendo capacidade para gerar, negócios, emprego para que o crescimento da população seja acompanhado em maior ritmo com actividades económicas que o país tem”, disse. Explicou que como resultado do crescimento da população moçambicana, o número de pobres, nos últimos 10 anos aumentou 1,6 milhões. Por isso, introduzindo o factor crescimento da população pode-se concluir que actualmente existem mais pobres do que há sete e cinco anos atrás.“As taxas de pobreza numa primeira fase decresceram. A solução deste problema é a criação de emprego, negócio que acompanhe o ritmo das actividades económicas do país, disse.

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