As
delegações do Governo e da Renamo, acordaram esta segunda-feira a composição do
“comando militar central” e dos comandos das subunidades de observação,
supervisão e fiscalização internacional do cessar-fogo. Reunidas na 48ª ronda
das negociações, as partes voltaram a discutir na especialidade os pormenores
técnicos dos termos de referência atinentes ao cessar-fogo. Assim, segundo os
mesmos responsáveis, as partes acordaram que o comando central de observadores
do cessar-fogo, será dirigido por um Brigadeiro do Exército do Botswana, que
vai ser coadjuvado por dois outros oficiais superiores, sendo um italiano e um
zimbabweano. Outro aspecto que o Governo e a Renamo concordaram, foi a fixação
de comandos das subunidades de observadores nas províncias de Sofala, Nampula,
Tete e Inhambane, que vão funcionar sem prejuízo de supervisão às outras
províncias.
A subunidade de Nampula, vai trabalhar para além desta província,
também em Cabo Delgado e Niassa. A subunidade de Tete, vai trabalhar na
província da Zambézia, enquanto que a de Sofala, vai também supervisionar
Manica. Já a subunidade de Inhambane, vai supervisionar as províncias de Gaza e Maputo. A Renamo,
defende que a missão de observadores do cessar-fogo, deve ter um mandato de 180
dias prorrogáveis. No total, de acordo com o entendimento alcançado ontem, o
grupo de observadores vai ser composto por 93 especialistas, dos quais 23
estrangeiros e 70 nacionais (35 oriundos do Governo e outros 35 oriundos da
Renamo).Recorde-se que fazem parte do grupo de observadores internacionais, a África do
Sul, Botswana, Cabo-Verde, Itália, Portugal, Reino Unido da Grã-Bretanha
(Inglaterra), Estados Unidos da América (EUA), Quénia e Zimbabwe.
Enquanto o Governo defende a desmilitarização dos homens da Renamo, esta por
sua vez sem negar que isso possa acontecer, diz que deve ser num outro momento
quando estiver concluído a discussão do ponto dois sobre as forças de defesa e
segurança, argumentando que o cessar-fogo, foi uma questão prévia colocada
pelas partes como forma de poderem continuar a negociar em harmonia e
tranquilidade.A Renamo exige que no âmbito do ponto dois das negociações, os seus homens
sejam integrados nas Forças de Defesa e Segurança, nomeadamente nas Forças
Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), Polícia de Protecção (PP), Força de
Intervenção Rápida (FIR) e Serviços de Informação e Segurança (SISE).As partes regressam esta quarta-feira, para mais uma ronda negocial, para
concluírem a adopção dos termos de referência sobre o cessar-fogo.Para já, esta
fora de hipótese, a inclusão das Nações Unidas (ONU) e da União Europeia (UE)
no grupo de observadores internacionais como pretendia a Renamo. (B.Álvaro)
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