O esplendor dos Estados do Mali, do Songhai,
do Kanem-Bornu, e dos reinos mossi e
dagomba, na curva do Níger, são temas dos capítulos de 6 a 10, de autoria de especialistas negro -africanos.
O estudo das instituições no Mali e nos
reinos Mossi, por exemplo, revela a influência tradicional africana comum. O Islã, religião oficial do Mali e de Gao,
favorecerá a emergência de uma classe de
letrados; já desde os tempos de Gana, os Wangara (Soninke e Maninke – “Malinke”), especializados no comércio, animam
a vida econômica: organizam caravanas,
que partem para as florestas do Sul, onde trocam peixe defumado, tecidos de algodão e objetos de cobre por
nozes -de -cola, ouro, azeite de dendê (óleo
-de -palma), marfim e madeiras preciosas.8 África do século xii ao século xvi Os
imperadores muçulmanos do Mali intensificarão suas relações com o Egito em
detrimento do Magreb. No século XIV o império atinge o apogeu. O século XII, entretanto, é pouco conhecido;
felizmente, al -IdrĪsĪ nos informa da
existência dos reinos do Takrūr, do Do, ou Dodugu, do Mali e de Gao, retomando,
em parte, os dados fornecidos por al -BakrĪ. As tradições do Manden, do Wagadu e do Takrūr permitem -nos hoje
entrever a luta obstinada que opôs as
províncias nascidas da desagregação do Império de Gana.Sabe -se hoje, pelo
estudo das tradições orais, que entre a queda de Gana e a emergência do Mali houve o intermédio da
dominação dos Sosoe (fração soninke -manden rebelde ao Islã), os quais, por
algum tempo, unificaram as províncias
que os kaya maghan controlavam; com o século XIII começa a ascensão do reino de Melli, ou Mali. O grande
conquistador Sundiata Keita derrota
Sumaoro Kante (rei dos Sosoe) na famosa batalha de Kirina, em 1235, e funda o novo Império Manden. Fiel à tradição
de seus ancestrais, islamizados desde
1050, Sundiata reata relações com os comerciantes e os letrados negros e árabes ao restabelecer o império. De 1230 a
1255, coloca em funcionamento instituições
que marcarão por séculos os sucessivos reinos do Sudão ocidental. A peregrinação e o grande tráfico transaariano
reanimam as rotas do Saara. Comerciantes e peregrinos negros encontram-se pelas
encruzilhadas do Cairo; estabelecem -se
embaixadas negras nas cidades do Magreb; intensificam -se as relações culturais
e econômicas com o mundo muçulmano, sobretudo no século XIV, sob o reinado do faustuoso mansa
Mūsā I e sob o do mansa Solimão; no Sudão central, Kanem e Bornu têm relações
ainda mais frequentes com o Egito e a
Líbia. As fontes árabes, os escritos locais e a tradição oral mais uma vez nos trazem importantes esclarecimentos
sobre o século XIV no Sudão. LEIA AQUI.
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