Um oficial superior das Forças Armadas de Moçambique (FADM)
suicidou-se na última segunda-feira depois de alvejar mortalmente a sua esposa
e enteado, alegadamente por estes terem vendido bens patrimoniais sem o seu
consentimento.Trata-se de Ruben Comé, 55 anos, comandante da Base Área de
Mavalane, na Cidade de Maputo. O crime, segundo escreve hoje o jornal
“Noticias” ocorreu um dia depois de o coronel regressar da China, onde esteve a
frequentar um curso desde Agosto do ano findo. O oficial havia deixado a
esposa, Olívia Muchanga, de 45 anos, para prosseguir com os seus estudos na
China. O seu regresso estava previsto para Julho próximo, mas acabou chegando
de surpresa no domingo à tarde.Citada pelo diário, a sobrinha do oficial,
Nareia Paulo Comé, explicou que o coronel Comé ao desembarcar no Aeroporto
Internacional de Maputo terá pedido ao seu primo que o esperava naquele local
para o acompanhar até à casa do irmão, algures no bairro de Boquiço, no
município da Matola. Não tendo encontrado o irmão, o finado pediu à cunhada que
fizesse uma oração, após o que se despediu.
“Já na segunda-feira, ele foi à casa da minha
tia (irmã dele) a quem disse que tudo havia acabado, fazendo crer que estivesse
a se referir ao fim do curso que frequentava na China. Depois soubemos que
levou a esposa e o enteado, Dormen Matimbe, com quem vivia até à Base Aérea”,
revelou a sobrinha do coronel.Chegado à base aérea, manteve a mulher e o filho
na viatura que ele próprio conduzia e dirigiu-se ao seu gabinete, alegadamente
para se apresentar aos colegas. Ao sair do gabinete, o coronel arrancou uma
arma, cujo calibre não foi especificado, a um dos três sargentos que ali se
encontravam, tendo disparado dois tiros para o ar, depois contra a esposa, o
enteado e no fim suicidou-se com a mesma arma. Todos morreram no local. Ruben Come deixa seis filhos, fruto do
anterior casamento e o jovem baleado deixa esposa de 20 anos de idade. Entretanto, a polícia suspeita que a venda de
uma vivenda localizada em Nampula, Norte de Moçambique, e outros bens pela
esposa do Comandante, com recurso à Procuração concedida pelo marido, terá
estado por detrás do crime de segunda-feira.“O finado deixou uma Procuração
concedendo plenos poderes à sua esposa, Olívia Muchanga, para gerir o seu
património, antes de partir para a China, num processo que não foi bem
encaminhado pela senhora em cumplicidade com o filho”, disse o porta-voz da
Polícia no Comando Geral, Pedro Cossa, também citado pelo jornal.O coronel,
segundo Cossa, terá mais tarde recebido denúncias de familiares de que a esposa
vendera todo o seu património, o que o levou a regressar de surpresa, para
esclarecer o caso e recuperar os bens, caso fosse possível.O porta-voz afastou
a possibilidade de o crime ter sido motivado por questões passionais, mas sim o
desentendimento do casal sobre o destino dado aos bens do comandante.
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