PORQUE NÃO JOGOS À PORTA FECHADA ?
Na penúltima jornada do Moçambola – 2012, o jogo que opôs o
Ferroviário de Nampula ao Chibuto FC, disputado na capital do norte, no Estádio
25 de Junho, não chegou ao fim devido ao mau comportamento dos espectadores
afectos à equipa da casa. Os simpatizantes dos locomotivas pediam a cabeça do
árbitro do encontro, Arão Junior, pois consideraram que este estava a levar o
Chibuto às “costas”. Como é sabido, e os
nampulenses estão mais do que avisados sobre as consequências deste
comportamento, independentemente da má actuação do juiz da partida ou algo similar,
este comportamento não leva a resolução de nenhuma situação, pois os regulamentos
são claros sobre este tipo de acção.
NAMPULENSE JÁ ESTEVE SUSPENSO
Éverdade que o castigo aplicado foi justíssimo e, como afirmei
anteriormente, os nampulenses já sabiam o que vinha a caminho pois a província
já teve o se campeonato provincial da 1ª divisão, vulgo “Nampulense”, suspenso
e o futebol da província corria o risco de ser paralisado por tempo
indeterminado pelas estruturas desportivas governamentais, tantos foram os
casos de maus comportamentos dos espectadores nos campos de futebol. Lembro que
o vice-ministro da Juventude e Desportos, Dr. Cazé, esteve na cidade capital da
província, com o seu staff, para perceber os porquês destas reacções das massas
que afluem aos campos de futebol e duas conclusões saltaram a vista:
· VENCER A QUALQUER
CUSTO
· DESCONHECIMENTO
DAS REGRAS DE JOGO
Se o primeiro ponto pode ser considerado normal mesmo não
justificando invasões aos campos e agressões aos árbitros, já o ponto seguinte
deixa claro que temos muita gente metida no mesmo saco, leia-se futebol, e
poucos conhecem as regras desse jogo, o que prova que há situações caricatas
que deixam os experts em matéria de arbitragem de boca aberta.
Vou só deixar aqui um exemplo que prova este o desconhecimento das
regras e já volto ao prato forte deste trabalho. Para a grande maioria
dos amantes do futebol de Nampula, sempre que o árbitro marca uma falta no
interior da área de grande penalidade, a favorecer a equipa que ataca, só há uma
saída para o juiz – MARCAR UMA GRANDE PENALIDADE. Se o juiz entende que há um
pontapé livre indirecto e como tal não pode haver lugar a “penalty”, segue-se
uma invasão se a equipa atacante é a que joga em casa. Podemos considerar que
temos muitos amantes do futebol e mesmo praticantes que desconhecem as regras
do jogo que dizem amar.
PUNIR OS PREVARICADORES
Voltando ao que me trás a este espaço, dai a razão desta pequena
volta pelo comportamento quase “NORMAL” dos espectadores de futebol em Nampula,
tenho para mim que a decisão do Conselho de Disciplina da LMF (CD) foi
justíssima mas poderia ter usado outro peso no castigo para que fosse bem
entendida a mensagem a transmitir e penso que esse estudo não foi devidamente
feito. Mesmo a direcção do Clube Ferroviário de Nampula, não reagiu a tempo de
minimizar os “estragos” desse mau comportamento dos seus sócios e
simpatizantes, pois se tivesse recorrido, dentro dos prazos, hoje estariam
certamente com um castigo menos pesado (para o clbe) pois estamos perante um
acto que sucedeu pela uma primeira vez num jogo do “Moçambola” em Nampula. Mas continuo a achar que o CD da LMF esteve
bem ao aplicar os 4 jogos de interdição do 25 de Junho, mas como disse poderia
ir por outro caminho e esse seria castiga os principais culpados deste acto
vergonhoso pois estamos a falar de alta competição, o seja, castigar os sócios
e simpatizantes presentes nas bancadas que tiveram um comportamento reprovável.
Esta seria a primeira medida e depois viriam as multas para o clube por não ter
tido o cuidado necessário no qe diz respeito à segurança vai dai ter solicitado
o número insuficiente de agentes da PRM, embora a dita reunião técnica não
tenha ajudado em nada neste particular, mas este pode ser um assunto para um
outro comentário (REUNIÃO TÉCNICA ÀS 13 HORAS DO DIA DO JOGO E A SUA
IMPORTÂNCIA).Assim sendo, como se poderia castigar os principais visados?
- Jogando o clube no seu estádio mas a porta fechada. Que castigo
mais pesado pode ser aplicado aos que sendo culpados não poderão ver o clube
que amam estando o mesmo a jogar do outro lado do muro? Penso que se ainda há espaço
para a revisão deste castigo e tendo em consideração os aspectos aqui expostos,
para além do facto de haver poucas alternativas em termos de campos, podemos penalizar
os reais culpados desta situação.
PENA DE REALIZAÇÃO DE JOGOS À PORTA FECHADA
Esta pena prevê que o Clube sancionado tem a obrigatoriedade de
realização os seus jogos à porta fechada que dispute na qualidade de visitado
ou considerado como tal (um ou mais jogos). Para efeito de cumprimento desta penalização não
devem contar os jogos a realizar em campo neutro. Nos jogos a realizar à porta fechada
apenas podem aceder ao estádio:
a)As pessoas autorizadas nos termos regulamentares a aceder e
permanecer no recinto do jogo;
b)Dirigentes dos Clubes intervenientes;
c)Delegado da Liga, observador do árbitro e membros da Comissão de
Assessoria e Apoio Técnico da Comissão de Arbitragem;
d)As entidades que nos termos do Regulamento de Competições têm
direito a reserva de camarote;
e) Os representantes dos órgãos da comunicação social.
Deve ser proibida a transmissão radiofónica e televisiva em
directo ou em diferido dos jogos disputados à porta fechada.Portanto, fica este
alerta a CD da LMF para que não aplique castigos sem antes estudar devidamente
os casos pois neste, se ainda for possível, poder-se-á dar uma lambada de luva
branca a quem merece e não a quem poucas culpas tem no cartório pois o clube
perde o jogo, paga as multas e ainda tem de ir jogar num campo neutro, sendo
esta a primeira vez que em Nampula um jogo não chega ao fim. Têm a palavra a
LMF e os seus órgãos disciplinares.
ASSELAM KHAN
INSTRUTOR FIFA PARA
ARBITRAGEM - FUTSAL
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