O segundo dia dos oitavos de final do Mundial da África do Sul foi fatal para os árbitros, que diga-se, até tiveram uma primeira fase de Campeonato do Mundo bastante positiva. Os erros grosseiros no Alemanha-Inglaterra e no Argentina-México, em fases do jogo em que tudo estava em aberto, são admissíveis, porque errar é humano. Mas porquê continuar a ignorar o óbvio? O mundo em que vivemos utiliza diariamente a tecnologia para facilitar o dia-a-dia de cada um, mas ainda hoje a mesma é vista com desconfiança pelos “senhores puristas do futebol”, que defendem que o desporto rei deve manter-se fiel às suas raízes. Essa é uma teoria sem espaço, num desporto em que são investidos milhões em publicidade, infra-estruturas e metodologias de treino cada vez mais científicas e apoiadas nas últimas descobertas informáticas. Porque o orgulho do senhor Blatter ao manter a ideia de que as novas tecnologias vão matar o futebol?
A verdade desportiva tem vindo a ser adulterada. O essencial não é distribuir culpas, é preciso isso sim, encontrar soluções capazes de credibilizar um desporto que emociona milhões e que não pode estar dependente de ajuizamentos como os de Jorge Larrionda e Koman Coulibaly deste mundo. Primeiro, os ingleses reclamaram a não marcação de um golo legítimo de Frank Lampard num remate no qual a bola bateu no travessão e ultrapassou a linha da baliza da Alemanha. O juiz uruguaio Jorge Larrionda, porém, ignorou. Depois, os mexicanos não se conformaram com o primeiro tento da Argentina, quando o atacante Carlos Tévez marcou em posição de fora de jogo, mas o italiano Roberto Rosetti --mesmo 'alertado' pelas imagens repetidas e vistas por milhares de pessoas nas telas gigantes do estádio. Em suma, a implementação das novas tecnologias no futebol é uma questão de honestidade intelectual.
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