Nos últimos dias, diante das noticias relacionadas com a gestão da Cidade de Quelimane, tenho viajado a um passado não muito distante em que as questões municipais foram sempre cerne da política local. De certa forma a ausência de opinião sobre os últimos e repudiáveis acontecimentos estabeleceu-se em função da falta de tempo de quem nela habita e também de julgar que a necessária reflexão sobre o caótico cenário político municipal é de responsabilidade do elenco do senhor Pio Matos . No entanto, não há muito que pensar. O facto é que, mais uma vez, Quelimane encontra-se submersa num mar de lama sem fim. Mais uma vez torna-se alvo da mídia nacional na propagação das piores notícias em relação aos seus eleitos e compromisso eleitoral. Sem comentar sobre a situação deste e daquele , é inevitável ressaltar que, quando se trata de gestão municipal, Quelimane é o apogeu do caos e da instabilidade. E o povo, as classes, a sociedade civil, o que têm feito até agora? Apenas indignar-se! Porém, a indignação pode e deve ser o ponta-pé inicial num processo de luta e de transformação desse quadro dramático e vergonhoso que tem assolado a nossa hospitaleira cidade. Agora é preciso mais do que indignação, é preciso junção, determinação e movimentação contra a inércia de tantos anos que acomoda um número grande de pessoas. Todos sabemos que somos cúmplices e vítimas, vítimas da nossa cumplicidade e de toda a inércia. Que tipo de sociedade é esta que convive com tal ambiente caótico, sem que acorde para emergir da lama que a soterra?
Não haverá na “terra” gente inspirada nos moldes de alguns momentos mais importantes da história de outros lugares, uma vanguarda que nos guie para fora deste descalabro?
Incrível ....mas o cenário mostra que os movimentos de vanguarda tendem ao fracasso, e traem os seus propósitos fundamentais. Preferimos jantar os nossos próprios restos mortais, cercados pelos abutres, com a gargalhada das hienas do poder como música. Um banquete de podridão antropofágica. O Município está limitado financeiramente para as obras que urge faze-las e delas depende outras para que resultem na solução dos problemas que enfermam a cidade. Não adianta a persistente cirurgia plástica para cessar a metástase do carcinoma.
As "obras" parecem uma dona de casa moribunda, que acende todas as luzes, liga o fogão sem que haja panelas para cozer algo. Chegou a hora de romper todo este nosso imobilismo, superar diferenças, e juntar numa frente ampla gente de calibre que por outras vias e conhecimentos podem abrir portas. Que os vereadores, decidam parar de tentar agradar a deus e o diabo, e juntem-se sem complexos aos esforços dos homens e mulheres de boa vontade. Não há futuro para os munícipes de Quelimane se mantivermos as coisas como estão. Conheço pessoas que não tem a voz suave e aveludada,mas que têm educação e respeito com a população.Juntando a voz pouco suave e não aveludada,com as palavras agressivas e sem respeito soa aos meus ouvidos, como berros...
É hora de parar, reflectir e agir.
É esta história que os homens públicos querem legar aos seus descendentes e sua biografia?
Este é o momento de ruptura que exige medidas de excepção. Livremo-nos das nossas diferenças e sigamos pelo que nos une. A situação é muito maior que as diferenças e vai muito além das questões partidárias. Acorda Quelimane!
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