NA vida das organizacoes politicas, chegadas ao presente, assentes numa historia de profunda integração social, estas convergem na militância unânime, cuja dinâmica aparenta ser capaz de responder aos desafios actuais. A linhagem e sua consolidada consistencia vai esbarrando no presente agora e futuro já amanha. Discute-se nos fóruns de debate de que os militantes conheçam as questões, conheçam as diferentes opiniões sobre elas e as discutam livremente e em profundidade. No presente, colocam-se aos Partidos, seja qual a sua génese, desafios impostos pelas novas tecnologias de comunicação, imagem mais atractiva aos largos sectores do povo, designadamente a faixa etária activa. Estas são alterações que se impõem para aprofundar a democracia interna. Passando uma borracha sobre elas não só mostra que não há interesse em aprofundar o debate , como se insiste em fechar-se à sociedade. A necessária unidade de acção não pode justificar a limitação do acesso à informação e impedir o debate. Os debates têm de ser abertos, para que as diferentes ideias e opiniões sejam conhecidas e permitam a cada um formar a sua opinião e fazer a sua autocrítica. A autocrítica refere-se à capacidade interna do indivíduo de realizar uma crítica de si mesmo. Ela implica na análise dos seus actos, da sua maneira de agir, dos erros cometidos e das possibilidades de realizar uma autocorreção. Desta forma o sujeito aprimora-se, identifica os seus pontos fortes e fracos. Em doutrinas político filosóficas, como o marxismo-leninismo – junção das teorias de Karl Marx e de Vladimir Ilitch Ulianov, mais conhecido como Lênin -, a autocrítica é vista como um método científico e também enquanto exercício político constante. Esta forma de abordar a realidade engloba uma constante busca da verdade e do aperfeiçoamento de uma realidade, que assim passa por um exame permanente do real – a crítica – e pela procura de uma perfeição também interior – por intermédio da autocrítica. O contrario tem produzido exemplos em históricas organizacoes politicas, particular da Europa, deparando-se com estas situacoes complexas , vivendo uma verdadeira crise de identidade, de valores e de funcionamento . Se assim acontecer, serão mais os que desistirão de participar e que se acomodarão. Será o definhamento. Qualquer tipo de organizacao tem que enfrentar, sem preconceitos, a necessidade de se adaptar ao momento e contexto em que pretende inserir. Mudar, não para a descaracterizar, mas para modernizar os seus princípios. Para isso nada melhor em contar com os sectores mais dinâmicos e com os actores mais qualificados.
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