O telejornal da STV de 04 de Setembro, deixou-me perplexo. Uma peça produzida pelo jornalista Jorge Marcos trouxe a nú aquilo que aparenta ser o resultado de uma fraca preparação e quiça a má qualidade de alguns dos nossos deputados. Na peça aparecem duas deputadas, membros da Comissão de Defesa, Segurança e Ordem Pública da nossa Assembleia da República, com um discurso no mínimo incendiário, desfasado do contexto e da realidade histórica nacional e inspirada no desconhecimento histórico e cultural do nosso pais. As regiões costeiras de Moçambique, mesmo antes da chegada dos portuguesas eram habitadas por povos nativos que interagiam com Árabes e outros povos Asiáticos. Dessa convivencia ficaram hábitos, costumes e outras ibfluencias incluindo a religião islâmica. Não e por acaso que estudamos na historia os Xeicados, Califados e outro tipo de instituições de organizacao do poder xom cariz islamico desde Pebane, passado por Angoche, Ilha de Moçambique, Nacala, Pemba, Mocimboa da Praia, Palma etc.
De acordo com as deputadas, em algumas zonas de Pebane havia Mesquitas com um distanciamento de de 200 metros, como se houvesse uma norma legal em Moçambique que impedisse tal facto. A existir confesso o meu desconhecimento! Como se não bastasse as duas deputadas tentaram fazer uma ligação algo "forçada" entre a aparente "proliferação" de Mesquitas em Pebane e o conflito militar em Cabo Delgado. Do que pude aferir, parecia que as deputadas estavam preocupadas com a aparente "proliferação" de Mesquitas no distrito de Pebane, na Zambezia e a possibilidade de essas Mesquitas serem usadas como "pontos de avanço" dos insurgentes. Uma preocupação legítima mas pessimamente colocada!
Ficamos na dúvida se aquilo que as Deputada Deolinda Chochoma e Isaura Júlio disseram, e a forma como disseram a STV sobre as Mesquitas em Pebane refletem os pontos de vista delas, da Comissão de Defesa, da Assembleia da República ou do Partido que representa, a Frelimo? Gostaria tambem de saber se o meu mano Caifadine ouviu aquilo que elas disseram? E se ouviu concorda? Gostaria tambem de saber se o nosso Mais Velho Inusso Ismael, Presidente da Associacao Muçulmana da Zambezia ouviu? E se ouviu concorda? O nosso Governador da provincia, Pio Matos ouviu? E se ouviu concorda? Aparentemente a nossa Secretária de Estado, a mana Mussácula que esteve no local, parece ter partilhado a mesma preocupação? Será que ouvi bem? O Tio Raimundo Diomba, Presidente da Comisao de Defesa ouviu? Se ouviu concorda? O Mano Pantie, Chefe da Bancada da Frelimo ouviu? Se ouviu concorda? A tia Bias, Presidente da AR ouviu? Se ouviu concorda? Foram palavras soltas como estas que criaram a confusao e o genocio no Ruanda! Impõe-se alguma ética e trabalho de casa nas abordagens dos assuntos sob risco de estar a colocar mais lenha a fogueira! Não queremos deputados milicianos religiosos! Já basta de milicianos cibernéticos! E mais não disse!
(M.Araújo in facebook)
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