Apenas um em cada três alunos no mundo irá regressar às salas de aulas no fim do verão, com dois terços da população estudantil a nível mundial a permanecer "sem escola" devido à atual pandemia, alertou esta terça-feira a UNESCO. Num comunicado, a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), que quis assinalar o novo ano escolar que arrancou esta terça-feira em vários países europeus, referiu que o total estimado de crianças e jovens matriculados em todo o mundo, desde a pré-primária até ao secundário, ronda os 1,5 mil milhões de estudantes, dos quais cerca de 900 milhões começam geralmente a escola entre os meses de Agosto e Outubro. Os restantes estão abrangidos por outros calendários escolares (por exemplo, entre Janeiro e Novembro ou entre Março e Dezembro).
De acordo com a UNESCO, cerca de 128 milhões de estudantes já regressaram às salas de aulas e outros 433 milhões, em 155 países, devem iniciar o ano escolar nas próximas semanas, o que irá representar um total de 561 milhões de alunos. Mas, feitas às contas, a UNESCO alertou que cerca de mil milhões de alunos, ou seja, dois terços da população escolar a nível mundial, vai continuar "sem escola ou numa situação de incerteza" devido a constrangimentos associados à pandemia da doença covid-19. A agência da ONU realçou igualmente que as estimativas apontam que "mais de metade dos 900 milhões de alunos que (agora) iniciam o novo ano escolar deverão prosseguir num ensino à distância, de forma total ou parcial". E, frisou a UNESCO, "a maioria destes alunos e as respectivas famílias ainda estão à espera de indicações claras sobre o que esperar do início do ano lectivo de 2020-21, a poucas semanas da data programada" do regresso às aulas.
Na mesma nota informativa, a UNESCO reiterou os alertas para as consequências da pandemia do novo coronavírus no sector da educação a nível mundial - escolas fechadas, ensino à distância, situações de incerteza e risco de abandono escolar --, apontando que tal cenário irá ter um impacto nas populações mais vulneráveis, em particular junto das crianças do sexo feminino. Como tal, a agência da ONU exortou as autoridades educacionais a nível internacional a assegurarem um rápido regresso à escola, bem como a aplicarem medidas que garantam a saúde e a segurança dos alunos, dos professores e de todos os funcionários escolares.
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