segunda-feira, agosto 17, 2020

Olá, Kamala

Juntos pela primeira vez num ato de campanha, em Wilmington, Joe Biden e Kamala Harris falaram da proposta que têm para o país, repetiram ataques à “falta de liderança” de Trump e elogiaram-se (muito) mutuamente

 Incrivelmente honrada e pronta para trabalhar”, assim se apresentou esta noite Kamala Harris, quando chamada por Joe Biden a tomar o seu lugar no púlpito, em Wilmington (Delaware). Naquela que foi a primeira aparição na campanha da procuradora que o candidato democrata escolheu para sua vice-presidente, fizeram-se elogios mútuos, repetiram-se duras críticas a Donald Trump e falou-se muito de recuperar a “alma da nação”. Biden explicou porque quer a seu lado a senadora californiana - “ambos acreditamos que podemos definir a América com uma palavra: oportunidades” – e explicou também o que dela espera, o que lhe pediu. “Quando concordei servir ao lado do Presidente Obama, ele perguntou-me várias coisas muito importantes, ele perguntou também o que eu mais queria ... Eu disse que queria ser a última pessoa na sala antes de ele tomar decisões importantes. E foi isso que pedi a Kamala, para fazer as perguntas difíceis e para ser a última voz na sala”, afirmou Joe Biden. O candidato à Casa Branca não poupou nos adjetivos. “Inteligente”, “dura”, uma mulher “experiente”, “lutadora reconhecida pela espinha dorsal” dos Estados Unidos, disse. “Kamala sabe como governar , ela sabe como fazer as ligações difíceis. Ela está pronta para fazer este trabalho”, insistiu ainda.

Ao tomar a palavra, a candidata a vice-presidente devolveu os elogios, destacando em Biden “o sentido do dever”. Alguém “que nos tempos difíceis pensa primeiro nos outros” e no que pode fazer “para tornar as suas vidas melhores”. Um “homem de família”, um valor que a senadora assumiu também como seu, falando da filha, das sobrinhas, ou das vezes em que está “a cozinhar o jantar de domingo”.

Como Joe Biden, no seu discurso couberam múltiplos ataques à “falta de liderança” do atual Presidente, que acusou de ter conduzido o país “ao seu pior momento económico desde a Grande Depressão”. Falou do desemprego, “que triplicou”, da “crise na saúde”, na “fome” que atinge muitas famílias, e nos milhares que morreram fruto do “caos” que diz ter guiado a gestão de Trump em relação à pandemia de covid-19. “Não tinha de ser assim”, afirmou, para concluir que “isto é o que acontece quando se elege alguém que não está apto para a função”. Na hora do apelo ao voto, Harris filha de indiana e jamaicano ,sublinhou a importância das próximas eleições: “É preciso votar como nunca. Precisamos mais do que uma vitória. Precisamos de ter um mandato que prove que os últimos anos não nos representam e não são o que queremos para nós”.

Alinhados no discurso, naturalmente nas propostas que defendem para os EUA (um plano para combater a covid-19 baseado na ciência; mais emprego; voltar a unir o país; e a atenção ao aquecimento global e ao ambiente, por exemplo), e até no guarda-roupa, com ambos vestidos com fatos azuis escuros e até usando ambos máscaras pretas. Para ambos, disseram-no à vez, está em curso “uma batalha”.“Farei tudo o que o Joe me peça”, garantiu Kamala Harris de 55 anos na despedida. “Hoje peço-vos o mesmo. Elegê-lo é apenas o início do trabalho que está por fazer”, concluiu.

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