Em
50 aviões de passageiros, programados para serem entregues em 2020, os
viajantes sentados nos assentos do meio terão seus próprios apoios de braço,
além de 5 centímetros a mais de espaço em comparação com seus colegas sentados
à direita e à esquerda. No mês passado, a Administração Federal de Aviação dos
Estados Unidos certificou o novo design, criado pela Molon Labe Seating, uma
startup de engenharia sediada no Colorado. Em cerca de dois meses a empresa
aérea norte-americana que comprou os primeiros conjuntos de assentos irá
revelar seus planos de oferecê-los em voos comerciais.
“Nós
resolvemos a guerra dos cotovelos,” disse Hank Scott, fundador e CEO da Molon.
O que a empresa fez foi tornar o assento do meio mais baixo ou mais alto que os
outros dois na mesma fileira. Assim, quem sentar no meio pode baixar a altura
do braço e torná-lo desconfortável para quem sentar nas pontas.
“Quando
você se senta em um avião e alguém decide que vai roubar o apoio de braço, já
que o nosso vem em duas alturas, você não pode fisicamente colocar seu braço em
um apoio que está escalonado. Então, se você se sentar no assento do meio, a
porção inferior do apoio de braço – a porção que fica mais atrás – pertence a
você. Se a pessoa ao seu lado quiser roubá-lo, vai ficar bem desconfortável”.
“Você pode economizar muito combustível – muito mesmo!”
O
design nasceu de esforços das companhias aéreas para aumentar os lucros. Ao
ampliar o espaço do corredor, as empresas poderiam reduzir o tempo de embarque
e desembarque em aproximadamente 4 a 6 minutos. Com isso, poderiam queimar menos
combustível e passar menos tempo no chão entre os voos. Como solução, a Molon
criou um assento de corredor que desliza para o lado, por cima do assento do
meio, para abrir espaço no corredor.
“Você pode economizar muito combustível –
muito!” disse Scott. “Esta foi uma criação da empresa, o assento ‘retrátil’,
mas um subproduto disso foi o fato de que, para conseguir fazer com que estes
assentos deslizassem, precisamos construir um layout escalonado”.
O
layout escalonado, ou modelo S1, que não tem o assento retrátil, é o primeiro
que os passageiros poderão conhecer. O modelo não tem alteração na largura do
corredor. Por enquanto, a Molon tem três designs de assentos: S1, S2 e S3,
todos escalonados para que o assento do meio fique ligeiramente para trás em
relação aos dois assentos adjacentes.
“Este
é um segmento totalmente avesso ao risco. Se nós fôssemos uma empresa enorme e
criássemos um assento lateralmente retrátil, ele seria bem aceito”, disse
Scott. “Mas como somos novos e ninguém ouviu falar a nosso respeito, as pessoas
ficam nervosas. Nós entendemos isso, então decidimos começar com um produto
menos inovador”.
A
empresa também está trabalhando na modificação do design S3, que desliza para o
lado e fica “guardado” sobre o assento do meio, para permitir que passageiros
com mobilidade reduzida viajem em suas próprias cadeiras de rodas. “Estamos tentando
fazer esta adaptação na classe executiva, onde teríamos dois assentos bem
grandes. Você desliza um por cima do outro e, de repente, fica com 76
centímetros. Você pode posicionar uma cadeira de rodas de 66 centímetros ali.
Uma pessoa tetraplégica poderia voar”. Scott disse que seus designs levam em
conta tanto o tamanho físico de cada assento do avião quanto o espaço a ser
utilizado. As companhias aéreas que quiserem instalar o assento S1 não vão
precisar comprometer o número de assentos disponíveis em suas aeronaves. Em vez
disso, a mudança ocorre no espaço entre a parte da frente e de trás dos
assentos, ou no espaço para as pernas oferecido nas diferentes classes.
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