Moçambique é um dos maiores
produtores de energia eléctrica da África Austral. Apenas se situa atrás da
África do Sul, que é um dos maiores produtores de energia eléctrica africanos e
do mundo. Com capacidade instalada para produzir 2 233MW (2013/14), Moçambique
supera países como Angola, Zâmbia, Tanzânia. Esta produção energética elevada
deve-se, quase que em exclusivo, à Hidroeléctrica de Cahora Bassa, responsável
por cerca de 2 075 da produção total (2014). A Electricidade de Moçambique
produz o remanescente. A HCB, segunda maior barragem da África e uma das 10 maiores
do mundo2 , está numa fase de produção plena. Com a reversão da Barragem para
Moçambique em 2007, a expectativa era de que a energia eléctrica disponível
para o país aumentasse e, quiçá, fossem praticadas tarifas mais acessíveis para
a população com baixa renda. Isto, porém, não sucedeu. A HCB está presa a
acordos comerciais com a ESKOM, que obrigam a empresa nacional a vender mais da
metade da sua produção para a empresa sul -africana. Para Moçambique resta uma
quota reduzida (cerca de 25% da produ- ção nacional), que não satisfaz as
necessidades nacionais de consumo energético. Esta é uma das razões que fazem
com que, apesar da grande produção da energia eléctrica no país, os
moçambicanos estejam entre os piores da região no acesso à electricidade, como
mostra o gráfico 1. É verdade que de ano para ano tem crescido o número de
pessoas com acesso à energia eléctrica no país, tendo passado de 219 407
consumidores, em 2002, para mais de um 1 100 000, em 2013. Este aumento,
entretanto, não se beneficiou muito da reversão da HCB do Estado português para
o Estado moçambicano. A média anual de novas ligações à corrente eléctrica não
cresceu com a reversão da HCB, tal como não aumentou, significativamente, a
quantidade de energia eléctrica que a HCB disponibiliza para o país. O gráfico
2 mostra a evolução de novas ligações e de clientes da EDM antes e depois da
reversão da HCB.Os detalhes AQUI.
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