"Sempre dissemos: o inimigo
pode falar a nossa língua, vestir a nossa farda, comer da mesma maneira que
nós, pode dar vivas à FRELIMO, até gritando mais do que nós.O que ele nunca pode, não
é capaz, é de ter o nosso comportamento, viver a nossa linha política. Não pode
o inimigo abandonar os vícios que o caracterizam. Vejamos quais: o desprezo
pela mulher, o espírito de conforto, a ambição pessoal, o alcoolismo. Não é
capaz de respeitar o Povo. Não pode deixar de ser tribalista, não pode deixar
de ser regionalista, confusionista, divisionista, racista.
Essa é a característica do inimigo.
Não pode ter uma vida simples,
praticar a modéstia. Não é capaz de abandonar a arrogância, o culto da intriga,
da calúnia e do boato. A sua moral, repetimos, oiçam bem, a sua moral, a sua
civilização, é a corrupção.
(...)
E quando os grandes estão corrompidos, os pequenos
seguem o exemplo.
Criam-se redes de comprometimento, de amiguismo, de
nepotismo. Cria-se um Estado de padrinhos, um Estado de cunhas, um Estado de
sócios. Criam-se redes cujo objectivo é o
roubo, a corrupção, a violação da legalidade. Quando a situação chega a este
ponto, está já instalada a infiltração ideológica. E estão criadas as condições para a infiltração
física. A porta está aberta para o
inimigo. É um convite para o inimigo entrar."
— Excerto do discurso do Presidente Samora Machel no
comício de 5 de Novembro de 1981
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