O ramo da construção civil no mercado moçambicano lidera o quadro
estatístico do Ministério do Trabalho, Emprego e Segurança Social (MITESS) na
contratação ilegal de mão-de-obra expatriada, em detrimento de concidadãos com
capacidade para executar determinadas actividades laborais. A lista de
expatriados ilegais é liderada por portugueses, chineses, indianos e
sul-africanos que, na maioria dos casos, entram em território moçambicano com
visto de turismo, mas passam a exercer actividades laborais remuneráveis sem
observar todas as formalidades necessárias para o efeito.A secretária
permanente do MITESS, Abiba Tamele, que falava hoje em Maputo a margem da
abertura de um seminário sobre a imigração da mão-de-obra, apontou como grande
preocupação do pelouro a devida legalização dessas pessoas, ao abrigo das três
modalidades vigentes na lei laboral do país, dependendo da dimensão da empresa
(pequena, média e grande).Segundo Tamele, a primeira modalidade consiste na
quota, onde a empresa tem espaço para contratar um determinado número de
trabalhadores nacionais e, por via disso, tem também uma percentagem reservada
a admissão de estrangeiros. Ainda no âmbito da contratação de expatriados, para
os empregos cuja duração máxima varia entre 30 a 90 dias, a secretária
permanente disse que a lei é flexível bastando, para o efeito, a entidade
contratante comunicar a entrada dessa pessoa no país.Todavia, existem situações
de aproveitamento, no âmbito da quota e a curta duração, em que as pessoas
entram no país e, mais tarde, são descobertas a trabalhar sem que tenha havido
uma comunicação a entidade competente que são as direcções de trabalho, emprego
e segurança social. “Quando isso é constatado, a Inspecção Geral do Trabalho
emite a suspensão”, disse Tamele, reconhecendo que para certas áreas o país tem
quadros moçambicanos que podem trabalhar, mas cabe as empresas dizerem porque
preferem mão-de-obra expatriada em detrimento da nacional.Na sequência das
sistemáticas violações a lei laboral, mais de 1.000 mil expatriados foram
suspensos no ano em curso devido as irregularidades detectadas no processo de
contratação.O seminário sobre a migração da mão-de-obra visa, segundo a fonte,
tem em vista identificar mecanismos de harmonia para garantir que os
moçambicanos tenham oportunidades de emprego em igualdade de circunstâncias com
os cidadãos de nacionalidade estrangeira.O desafio é extensivo a administração
do trabalho que tem o papel de garantir o emprego digno e estável aos nacionais
e intervir na contratação de mão-de-obra estrangeira, zelando pelo cumprimento
da legislação laboral em vigor em Moçambique.
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