O presidente do Conselho
Municipal da Beira, Daviz Simango acaba de sair da residência de Afonso
Dhlakama, onde estava a se inteirar da situação. À sua saída disse que esta
situação é inadmissível. “os munícipes da Beira estão preocupados assustados e
de mau humor, por aquilo que está a acontecer. Tive oportunidade de conversar
com o arcebispo da Beira e com um dos mediadores. Dizem que estão a tentar
negociar. Não me falaram dos pormenores. A minha posição era de compreender o
que está a passar, e como podemos ajudar a evitar o pior. Nós entendemos que os
nossos concidadãos devem ter a livre circulação. É estranha esta situação de
hoje num Estado de Direito Democrático, sobretudo quando ontem o líder da
Renamo saiu das matas e acompanhado até à sua residência. E hoje está cercado.
A ideia de desarmar a Renamo em plena cidade é muito perigosa. Fica o trauma
nas crianças, nos vizinhos do líder da Renamo e isso não é bom para a nossa
democracia. Esperamos que haja bom senso e que a polícia se retire. Esta e a
nossa intenção. Ninguém deve ficar aqui a guarnecer a ninguém. O que está a
acontecer agora não é protecção. É prisão domiciliária. E isso não pode
acontecer. Quis cá vir para depois me comunicar com o Chefe de Estado. Podia
ter vindo as primeiras horas mas a situação era perigosa. E nós como políticos
ninguém iria nos garantir segurança necessária quando havia tiroteio. Isto não
se deve admitir. É uma prisão domiciliária. Não há nenhum mandato do Tribunal.
Ou da Procuradoria, lá dentro não encontrei nada disso. A Polícia não pode agir
do seu bel-prazer porque recebeu um comando. A questão é: comando de quem e
para quê? Desarmar os homens da Renamo à força não é solução. Insistimos que
esta situação não pode ser tratada à força. Esta é uma situação de compreensão
mútua e nós temos de reduzir os níveis de arrogância. É a arrogância que traz
situações como esta que estamos a ver. A confiança já foi quebrada. Continuamos
a dizer que o diálogo a dois não é salutar. Não produz testemunhas”.
Comunicado da União Europeia:
Enquanto parceiro de longa data
do povo moçambicano, a União Europeia segue com apreensão os desenvolvimentos
na Beira. Os esforços empreendidos nos últimos dias com vista a inverter a
escalada das tensões militares e a criar um clima de confiança entre as partes
arriscam-se a ser postos em causa. Uma solução pacífica e negociada requer um
compromisso permanente com a via do diálogo e da não-violência.
Em declarações à imprensa
Dhlakama diz que não quer ser protegido por agentes da FIR nem da polícia
porque já tentou no passado e só houve problemas. "Quero que saiam da
minha casa porque já levaram as três armas com que me atacaram e mais 16 dos
nossos guardas". Dentro de instantes um mediador e um agente da FIR irão
revistar a casa de Afonso Dhlakama para verificar se ainda há mais armas.
Brevemente iremos publicar na íntegra a declaração de Afonso Dhlakama.
Acaba de chegar à residência de
Afonso Dhlakama, Maria Helena Taipo, governadora da província de Sofala. Mas
está no portão com os mediadores.
Dhlakama acaba de dizer a
imprensa que foi cercado porque a FIR queria recuperar três armas que perdeu
quando o tentou assassinar no dia 25 de Setembro em Zimpinga. Dhlakama entregou
as referidas três armas. Confirma-se assim publicamente que foi mesmo o Governo
que tentou assassinar Dhlakama no dia 25 de Setembro. Dhlakama entregou também
as 16 armas que estavam na posse da sua guarda pessoal. Dhlakama exige que os
seus homens que foram detidos de manhã seja soltos. Neste momento os mediadores
incluindo o arcebispo da Beira e Manuel de Araújo assinam o termo de entrega
das 16 armas da Renamo ao Governo, na presença da governadora de Sofala. Dentro
de instantes iremos publicar a declaração completa do líder da Renamo.
A população voltou a se
concentrar ao fundo da rua Vasco da Gama, onde se localiza a residência de
Afonso Dhlakama, para assistir ao "evento". A indignação é
generalizada. Há homens, mulheres e crianças. Na Escola Primária Palmeiras I
aqui mesmo muito próximo, as aulas foram canceladas.
O líder da Renamo, Afonso
Dhlakama, pediu a protecção das Forças de Defesa e Segurança, depois dos
últimos dois ataques às caravanas do Lider da Renamo que resultaram em mortes e
feridos, não se sabendo ao certo quem terá originado tais emboscadas.
Vila da Gorongosa pára para
receber Dhlakama. Há corte no fornecimento de energia exactamente quando
Dhlakama chegou. Mas a população continua eufórica a cantar: "viemos
receber o nosso pai"
Dhalakama já está na sua
residência na cidade da Beira no bairro dos Palmeiras II. Da famosa "parte
incerta" à cidade da Beira, foram necessárias aproximadamente sete horas.
Amanhã haverá uma conferência de imprensa, num dos hotéis da cidade da Beira.
O líder foi pescado pelos
religiosos, e com cânticos e orações, na convicção de que os religiosos estavam
a agir de boa fé, tiraram - lhe da parte incerta. Chegado à parte certa, eis
que se apercebeu que caiu numa verdadeira ratoeira, cuja isca foram os Sengulanes
e companhia. Um verdadeiro líder deve conhecer
os caracteres do seu adversário. Segundo informações no local, os efectivos da
polícia triplicaram, as armas também. As 4 ruas que dão acesso à sua casa estão
bloqueadas.O "rider" está dentro da casa. Nem a imprensa foi
permitida para aproximar - se do local. Enfim, é Moçambique real buscando a
inspiração de Angola.Motivos para dizer que a Paz está cada vez mais distante,
e a Religião é verdadeiramente o ópio do Povo.
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