O norte de Moçambique
passará a merecer maior atenção das autoridades da Educação e Desenvolvimento
Humano, por se ter constatado, nas reflexões feitas nos primeiros cinco meses,
que é a região com graves problemas comparativamente às outras duas zonas -
Centro e Sul.Doravante os melhores
professores, materiais e investimentos serão direccionados para Nampula, Cabo
Delgado e Niassa como forma de colmatar o desequilíbrio existente nas três
províncias quando comparadas com as provincias meridionais de Maputo, Gaza e
Inhambane, e as centrais de Manica, Sofala, Zambézia e Tete.Falando na tarde desta
quinta-feira na cerimónia de recepção de três mil livros oferecidos pela
Fundação José Abudo, o titular da Educação e Desenvolvimento Humano, Jorge
Ferrão, é hoje citado pelo “Notícias”, a dizer que no início havia a ideia de
que o sector está completamente mal. Entretanto, dos debates havidos
percebeu-se que tem, afinal, aspectos positivos. Identificou-se os críticos, a
sua localização e as possíveis soluções.
A título de exemplo,
notou-se que enquanto no Sul e Centro há uma tendência de o número de raparigas
igualar-se ao dos rapazes em diversos níveis de ensino, na parte norte as
cifras das meninas encontram-se abaixo das dos efectivos do outro género.
É igualmente facto que da
província de Maputo até Zambézia e Tete regista-se, no geral, uma descida dos
números de alunos por turma, mas no Norte os efectivos continuam cerca de 70 em
cada sala de aulas nas primeiras classes. Contudo, já na quinta o universo
baixa drasticamente, o que ilustra elevadas cifras de abandono e/ou
reprovações.
É perante este cenário,
aliado a outros dados que o governante não precisou, que se decidiu em virar as
atenções para o Norte, encaminhando mais apoios, investimentos de vária ordem,
incluindo o destacamento dos professores que se mostrarem melhores mas ainda
afectos nas outras províncias.Reagindo à oferta, Ferrão
reconheceu que as bibliotecas escolares estão muito mal equipadas, pelo que
qualquer apoio em livros é um valioso contributo para que as crianças aprendam
a ler, escrever e calcular.
A Fundação José Abudo tem
como patrono o antigo ministro da Justiça e actual Provedor da Justiça.O director executivo da
Fundação, Charifo Ali, disse que os três mil livros destinados ao ensino do 1.º
ao 12.º ano do sistema português resultaram de parcerias da sua instituição com
uma congénere lusa.Destacou que embora sejam do
ensino português a ciência é universal, pelo que acreditam que serão úteis nas
bibliotecas das escolas nacionais, não só para os alunos, mas também na
planificação das matérias por parte dos professores.
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