O Governo moçambicano e a Renamo retomaram (27 JAN) o
diálogo político, após três meses de ausência desta força política no encontro,
exigindo, como condição para reatamento, a presença de mediadores
internacionais e observadores nacionais. As partes discutiram questões
relacionadas com a presença de mediadores internacionais e observadores
nacionais, ultrapassando, deste modo, a fase em que a comunicação entre as
partes era feita através da troca de correspondências.O Governo mostrou-se
receptivo a proposta da Renamo de levar a mesa de diálogo observadores
nacionais, nomeadamente o Bispo da Igreja Anglicana, Dom Dinis Sengulane, e o
académico Lourenço do Rosário, ambos moçambicanos. O Ministro dos Transportes e
Comunicações, Gabriel Muthisse, na qualidade de representante do Governo, disse
minutos após o encontro com a contraparte, que o espírito das duas delegações
foi positivo, pois conseguiram, em curto espaço de tempo, entender-se em
questões essenciais relacionadas a participação de terceiros no diálogo. “Esta
é uma ideia que foi acordada pelas partes. Temos fé que o trabalho que vamos
fazer a seguir é procurar acordar os critérios, os termos de referência da
participação de terceiros, de observadores que criará condições muito mais
positivas para o avanço do diálogo”, explicou Muthisse. O governante disse ter ficado com impressão de que a Renamo retomou ao diálogo
com espírito positivo. Por isso, acredita que “ vamos tentar, nas próximas
sessões, consolidar esse espírito, de modo a que isso tenha reflexos positivos
na vida económica, social, política e cultural do nosso povo”.“O mais
importante é a participação de terceiros, de observadores. As duas partes
sentarão para definir os critérios de participação desses terceiros. Acho que a
nossa expectativa, e creio que também é a da Renamo não é ver quem ganhou ou
perdeu. A nossa expectativa é que desse debate ganhem todos os moçambicanos. O
nosso foco é que os moçambicanos ganhem, possam produzir e viver num clima de
paz.” Segundo Muthisse, quando o ano iniciou o Governo manifestou o
interesse de ter um ano bom e, de acordo com ele, essa vontade tocou a Renamo,
por isso decidiu fazer-se presente ao Centro de Conferências Joaquim Chissano. Gabriel Muthisse substituí o Ministro da Agricultura José Pacheco na condução das conversações com a Renamo.
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