O ministro da Agricultura, José Pacheco, aponta o incremento da
produção de alimentos com qualidade desejável para o consumo humano como um dos
principais requisitos para o combate a erradicação da fome em Moçambique. O
Ministro falava em Maputo, durante as
cerimónias alusivas ao Dia Mundial da Alimentação, um evento que contou com a
presença do representante da Organização das Nações Unidas para Alimentação e
Agricultura, em Moçambique (FAO), Castro Camarada.“Os produtores devem consumir
o seu produto e vender apenas os excedentes. Há certas pessoas que acham que
alguns produtos são apenas para colocar no mercado”, disse o ministro. No
corrente ano, a efeméride foi celebrada no mundo inteiro sob o lema “Sistemas
Alimentares Sustentáveis para a Segurança Alimentar e a Nutrição”. Em
Moçambique pelo menos 300 mil pessoas ainda enfrentam uma situação de escassez
de alimentos, das quais cerca de 70 por cento vive nas zonas rurais, o que
significa que houve uma evolução positiva, pois em 2007 a fome afectava cerca
de 520 mil pessoas. Por isso, Pacheco manifestou a sua satisfação com a
actual situação de Moçambique, fazendo menção o facto de o Governo ter lançado
a Nova Aliança para a Segurança Nutricional (G-8) que visa melhorar e facilitar
os mecanismos do sector privado na agricultura de modo a aumentar a produção
produtividade agrária através do incremento de investimentos, bem como reduzir
a insegurança alimentar.“No caso de projectos virados para a produção de bens
alimentares, pretendemos que pelo menos 40 por cento da área requerida seja
usada para a produção de alimentos na base de contrato entre investidores e as
comunidades locais. O nosso objectivo é transformar os produtores familiares,
predominantemente de subsistência em produtores orientados para o mercado,
disse o ministro. Explicou que o incremento da produtividade no país vai
garantir o acesso aos mercados, promoção da gestão dos recursos naturais e
estabelecimento de parcerias inteligentes entre os vários intervenientes na
cadeia de produção e de valores.Durante a sua alocução, o ministro apelou aos
moçambicanos a contribuir para o desenvolvimento do sector agrário no
país.“Todos nós devemos contribuir para que a nossa agricultura desenvolva, criando, por exemplo, tecnologias necessárias para o desenvolvimento da
agricultura que podem revolucionar ainda mais a nossa agricultura”,
exortou.Pacheco aproveitou a oportunidade para fazer referência ao combate as
pragas e doenças, melhoria de gestão sustentável dos recursos hídricos, entre
outros.“A gestão de usos sustentável de recursos minerais, terra, água e
florestas, são críticos para a segurança alimentar e nutricional e para a
mitigação dos efeitos das mudanças climáticas”, disse.Aquele membro do Governo
apontou, ainda, para a consolidação das relações entre instituições públicas e
privadas como garantia do sucesso dos programas de segurança alimentar e
nutricional.“O nível de actividades produtivas dos nossos produtores já
justificam montar unidades de processamento que os habilite a colocar directamente
seus produtos no mercado, de modo a ter mais rendimentos na sua actividade”,
referiu.Por seu turno, Camarada disse acreditar que o actual sistema de
alimentação ainda possui enormes falhas.“O crescimento da produção alimentar
colocou uma grande pressão sobre os recursos naturais. Degradação de solos,
poluição, redução na disponibilidade de água destruição florestal exaustão dos
stoks, redução da biodiversidade, são características dos presentes sistemas,
deixando estes recursos com reduzida capacidade de responder às necessidades
alimentares dos nossos filhos e das gerações futuras.” Camarada acredita
que a fome e a subnutrição podem ser reduzidas em Moçambique, bastando, para o
efeito, incluir os programas de alimentação escolar e de transferência de
rendimentos para as famílias mais pobres.
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