A Renamo diz que passados cerca de 20 anos depois da assinatura do Acordo Geral de Paz cumpriu o seu dever de manter a paz. Justifica o facto referindo que nunca houve qualquer indiciação à Renamo de qualquer acto criminal. Mas adverte que daqui para a frente os cenários podem mudar, dependendo da Frelimo. “Porque de facto o país não está bem, está numa situação cada vez mais complicada devido à má governação, não há democracia porque as quatro eleições que já foram realizadas até hoje nunca foram justas nem transparentes”, disse Manuel Lole, delegado político provincial do maior partido da oposição.Manuel Lole, que falava a jornalistas por ocasião do 4 de Outubro, na localidade de Casa Banana, antiga base da Renamo no interior do distrito da Gorongosa, prosseguiu explicando que a população pressionou a Renamo para que de facto encontre outras formas de tomar o poder o mais urgente possível. “É isso que temos estado a ponderar, mas sempre procurando a todo o custo preservar a paz”, sublinhou.
“Então daqui para a frente os cenários podem mudar e isso vai depender da própria Frelimo, nós avançamos com a iniciativa do diálogo, que abortou porque a Frelimo não quis, portanto daqui para a frente, a situação do país vai depender da própria Frelimo. Se ela reflectir e decidir voltar ao diálogo, nós continuamos abertos. Se achar que não então vai ter (a Frelimo) que enfrentar as manifestações populares”, afirmou o representante do partido de Afonso Dhlakama em Sofala.
Lole avançou também que o processo de criação de quartéis já anunciado pela liderança da Renamo já estava em curso em todo o país. Evitou entrar em pormenores, uma vez que, segundo disse, ainda é um processo interno, mas prometeu que brevemente os órgãos de comunicação social vão saber com todos os pormenores os lugares e as condições de aquartelamento.Perguntado se com a formação de quartéis a Renamo não estaria a dar o primeiro passo para o retorno à guerra, Manuel Lole respondeu que “nós já explicamos várias vezes, o próprio presidente do partido também já deu uma explicação sobre este assunto, o que se passa é que há uma fúria muito grande da parte dos nossos ex-guerrilheiros e não temos formas de como controlá-los. O nosso receio é que possa haver uma desobediência civil sem o controle da liderança da Renamo”.Reiterou que o aquartelamento visa controlar as forças que neste momento estão completamente furiosas contra o regime. Fez questão de esclarecer, quando questionado que não se trata de construir infra-estruturas convencionais (quartéis) com o propósito de fazer a guerra. “Estamos a falar de agrupar os nossos homens, não construir quartéis. Vamos criar agrupamentos em locais com um mínimo de condições como seja existência de latrinas, lugar para dormir e com condições para o abastecimento de água”, explicou a fonte.
Lole realçou que o mais importante é conseguir garantir o controle dos homens furiosos contra o regime “mas tudo isso na perspectiva de manter a paz.” “Devem estar recordados que depois da assinatura do Acordo Geral de Paz, quando o presidente da Renamo deu ordem para parar com a guerra, a guerra acabou, mas o que as pessoas, incluindo os nossos guerrilheiros esperavam é que a situação, até hoje, passados 19 anos fosse melhorar, no sentido de não haver desemprego no sentido de não haver injustiças e não haver humilhação e separação entre a Renamo e a Frelimo”, sublinhou.Acrescentou que também se esperava que a situação fosse melhor no sentido de uma verdadeira unidade nacional, “e não acontecendo isso, é lógico que as pessoas achem que não podem continuar a viver como se estivessem no tempo da guerra. Os nossos guerrilheiros hoje vivem pior do que estavam no tempo da guerra”, disse em jeito de lamentação.Os jornalistas quiseram saber do delegado político da Renamo as razões da escolha de Casa Banana para comemorar o Dia da Paz. Manuel Lole disse em resposta que uma das razões foi para responder a uma solicitação dos ex-guerrilheiros ali residentes. “A outra é porque esta zona é uma das zonas antigas zonas libertadas da Renamo, como sabem, Gorongosa é um ponto de referência da Renamo porque quase toda a sua história está ligada a este distrito onde tombou em combate André Matade Matsangaiça, primeiro comandante das forças da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO)”. “E é neste distrito onde Afonso Macacho Marceta Dhlakama se tornou presidente supremo da REANAMO depois da morte de André Matsangaiça. Também depois da morte deste último aconteceu uma crise muito grande no seio da Renamo, que se caracterizou pela fuga de muitos combatentes devido à morte do primeiro líder do movimento. Quando ele morrreu muitos combatentes foram levados pelo desespero e foi aqui em Gorongosa onde muitos jovens voluntariamente reforçaram as forças da Renamo para continuar com a revolução”, explicou o entrevistado.Sobre as zonas libertadas, Lole disse que “nós considerávamos zonas libertadas aqueles lugares livres do jugo comunista”. Justificou que “quando nós fizemos a guerra em 1977, foi porque o povo de Moçambique sofria a repressão do jugo comunista (leia-se governo da Frelimo). Chamávamos zonas libertadas porque essas regiões não sofriam influência do jugo comunista”, explicou.
Os antigos guerrilheiros e desmobilizados da Renamo do Rovuma ao Maputo estão prontos para cumprir a orientação do partido de avançar para as já anunciadas manifestações, só estão à espera da ordem de avançar. Esta foi a tónica da mensagem apresentada pelos combatentes pela democracia por ocasião das comemorações do 4 de Outubro, Dia da Paz, na localidade de Casa Banana, distrito de Gorongosa.A posição foi reiterada por Bartolomeu Fombe, desmobilizado e ex-combatente da Renamo, quando respondia a perguntas dos jornalistas presentes naquela cerimónia. Ele rejeitou o retorno à guerra, referindo que “nós não queremos guerra, só queremos que a nossa situação melhore. Para isso é preciso que acabemos com o regime marxista-leninista da Frelimo. Pedimos também ao nosso líder e presidente Afonso Dhlakama, na nossa qualidade de desmobilizados de guerra para não tolerar mais a Frelimo, não permitir mais fraudes eleitorais”, disse Fombe.Ele falou da existência de muitos deficientes de guerra da Renamo que não usufruem de nenhum direito, “enquanto no Acordo Geral de Paz assinado em Roma eles (direitos) estão previstos. Nós lutamos pela democracia e todo o mundo sabe que a Renamo é que lutou pela democracia e nós como guerrilheiros da Renamo é que obrigámos a Frelimo a aceitar a democracia em Moçambique, mas hoje dizem que nós não temos direito a pensões porque lutávamos para desestabilizar o país. Mas isso é uma mentira da Frelimo porque assim como os antigos combatentes nós também participámos na guerra para expulsar o colonialismo”, explicou Fombe. A fonte acusa a Frelimo de discriminação e explica. “Quando se é membro da Renamo é como não pertencer ao povo moçambicano. As doações da comunidade internacional quando chegam ao país só beneficiam quem exibir o cartão de membro da Frelimo, por isso queremos tirar o partido Frelimo através de manifestações para que a Renamo assuma o poder e mostre como se faz uma boa governação”, sublinhou.Perguntado se isso não é pretexto para voltar a mergulhar o país noutra guerra, Fombe reiterou que “nós não queremos voltar à guerra. Temos também nossas famílas e nossos filhos aqui, mas não podemos ficar indiferentes porque nós como desmobilizados se o fizermos significa que estamos a pactuar com o plano que a Frelimo tem de acabar com a Renamo”.De referir que as comemorações do 4 de Outubro organizadas pela Renamo na Casa Banana, caracterizaram-se por um ambiente de festa com manifestações culturais ao longo da noite de 3 para 4 de Outubro, que contaram com a presença de muitas centenas de participantes entre residentes locais e convidados provenientes da Beira e outros distritos da província de Sofala.
“Então daqui para a frente os cenários podem mudar e isso vai depender da própria Frelimo, nós avançamos com a iniciativa do diálogo, que abortou porque a Frelimo não quis, portanto daqui para a frente, a situação do país vai depender da própria Frelimo. Se ela reflectir e decidir voltar ao diálogo, nós continuamos abertos. Se achar que não então vai ter (a Frelimo) que enfrentar as manifestações populares”, afirmou o representante do partido de Afonso Dhlakama em Sofala.
Lole avançou também que o processo de criação de quartéis já anunciado pela liderança da Renamo já estava em curso em todo o país. Evitou entrar em pormenores, uma vez que, segundo disse, ainda é um processo interno, mas prometeu que brevemente os órgãos de comunicação social vão saber com todos os pormenores os lugares e as condições de aquartelamento.Perguntado se com a formação de quartéis a Renamo não estaria a dar o primeiro passo para o retorno à guerra, Manuel Lole respondeu que “nós já explicamos várias vezes, o próprio presidente do partido também já deu uma explicação sobre este assunto, o que se passa é que há uma fúria muito grande da parte dos nossos ex-guerrilheiros e não temos formas de como controlá-los. O nosso receio é que possa haver uma desobediência civil sem o controle da liderança da Renamo”.Reiterou que o aquartelamento visa controlar as forças que neste momento estão completamente furiosas contra o regime. Fez questão de esclarecer, quando questionado que não se trata de construir infra-estruturas convencionais (quartéis) com o propósito de fazer a guerra. “Estamos a falar de agrupar os nossos homens, não construir quartéis. Vamos criar agrupamentos em locais com um mínimo de condições como seja existência de latrinas, lugar para dormir e com condições para o abastecimento de água”, explicou a fonte.
Lole realçou que o mais importante é conseguir garantir o controle dos homens furiosos contra o regime “mas tudo isso na perspectiva de manter a paz.” “Devem estar recordados que depois da assinatura do Acordo Geral de Paz, quando o presidente da Renamo deu ordem para parar com a guerra, a guerra acabou, mas o que as pessoas, incluindo os nossos guerrilheiros esperavam é que a situação, até hoje, passados 19 anos fosse melhorar, no sentido de não haver desemprego no sentido de não haver injustiças e não haver humilhação e separação entre a Renamo e a Frelimo”, sublinhou.Acrescentou que também se esperava que a situação fosse melhor no sentido de uma verdadeira unidade nacional, “e não acontecendo isso, é lógico que as pessoas achem que não podem continuar a viver como se estivessem no tempo da guerra. Os nossos guerrilheiros hoje vivem pior do que estavam no tempo da guerra”, disse em jeito de lamentação.Os jornalistas quiseram saber do delegado político da Renamo as razões da escolha de Casa Banana para comemorar o Dia da Paz. Manuel Lole disse em resposta que uma das razões foi para responder a uma solicitação dos ex-guerrilheiros ali residentes. “A outra é porque esta zona é uma das zonas antigas zonas libertadas da Renamo, como sabem, Gorongosa é um ponto de referência da Renamo porque quase toda a sua história está ligada a este distrito onde tombou em combate André Matade Matsangaiça, primeiro comandante das forças da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO)”. “E é neste distrito onde Afonso Macacho Marceta Dhlakama se tornou presidente supremo da REANAMO depois da morte de André Matsangaiça. Também depois da morte deste último aconteceu uma crise muito grande no seio da Renamo, que se caracterizou pela fuga de muitos combatentes devido à morte do primeiro líder do movimento. Quando ele morrreu muitos combatentes foram levados pelo desespero e foi aqui em Gorongosa onde muitos jovens voluntariamente reforçaram as forças da Renamo para continuar com a revolução”, explicou o entrevistado.Sobre as zonas libertadas, Lole disse que “nós considerávamos zonas libertadas aqueles lugares livres do jugo comunista”. Justificou que “quando nós fizemos a guerra em 1977, foi porque o povo de Moçambique sofria a repressão do jugo comunista (leia-se governo da Frelimo). Chamávamos zonas libertadas porque essas regiões não sofriam influência do jugo comunista”, explicou.
Os antigos guerrilheiros e desmobilizados da Renamo do Rovuma ao Maputo estão prontos para cumprir a orientação do partido de avançar para as já anunciadas manifestações, só estão à espera da ordem de avançar. Esta foi a tónica da mensagem apresentada pelos combatentes pela democracia por ocasião das comemorações do 4 de Outubro, Dia da Paz, na localidade de Casa Banana, distrito de Gorongosa.A posição foi reiterada por Bartolomeu Fombe, desmobilizado e ex-combatente da Renamo, quando respondia a perguntas dos jornalistas presentes naquela cerimónia. Ele rejeitou o retorno à guerra, referindo que “nós não queremos guerra, só queremos que a nossa situação melhore. Para isso é preciso que acabemos com o regime marxista-leninista da Frelimo. Pedimos também ao nosso líder e presidente Afonso Dhlakama, na nossa qualidade de desmobilizados de guerra para não tolerar mais a Frelimo, não permitir mais fraudes eleitorais”, disse Fombe.Ele falou da existência de muitos deficientes de guerra da Renamo que não usufruem de nenhum direito, “enquanto no Acordo Geral de Paz assinado em Roma eles (direitos) estão previstos. Nós lutamos pela democracia e todo o mundo sabe que a Renamo é que lutou pela democracia e nós como guerrilheiros da Renamo é que obrigámos a Frelimo a aceitar a democracia em Moçambique, mas hoje dizem que nós não temos direito a pensões porque lutávamos para desestabilizar o país. Mas isso é uma mentira da Frelimo porque assim como os antigos combatentes nós também participámos na guerra para expulsar o colonialismo”, explicou Fombe. A fonte acusa a Frelimo de discriminação e explica. “Quando se é membro da Renamo é como não pertencer ao povo moçambicano. As doações da comunidade internacional quando chegam ao país só beneficiam quem exibir o cartão de membro da Frelimo, por isso queremos tirar o partido Frelimo através de manifestações para que a Renamo assuma o poder e mostre como se faz uma boa governação”, sublinhou.Perguntado se isso não é pretexto para voltar a mergulhar o país noutra guerra, Fombe reiterou que “nós não queremos voltar à guerra. Temos também nossas famílas e nossos filhos aqui, mas não podemos ficar indiferentes porque nós como desmobilizados se o fizermos significa que estamos a pactuar com o plano que a Frelimo tem de acabar com a Renamo”.De referir que as comemorações do 4 de Outubro organizadas pela Renamo na Casa Banana, caracterizaram-se por um ambiente de festa com manifestações culturais ao longo da noite de 3 para 4 de Outubro, que contaram com a presença de muitas centenas de participantes entre residentes locais e convidados provenientes da Beira e outros distritos da província de Sofala.
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