Ex-jogador da seleção francesa e ex-presidente da Uefa, Michel Platini
foi detido nesta terça-feira na cidade de Nanterre, no subúrbio de Paris, para
ser interrogado por suspeitas de corrupção envolvendo a escolha do Catar como
sede da Copa do Mundo de 2022. O dirigente, hoje com 63 anos, está sob custódia
policial nas instalações do Escritório Anticorrupção da Polícia Judiciária.
Platini, que foi presidente da Uefa entre 2007 e 2015, cumpre uma
suspensão de quatro anos – que expira no próximo mês de outubro – por violar o
Código de Ética da organização ao aceitar, em 2011, um pagamento autorizado
pelo então presidente da Fifa, o suíço Joseph Blatter, de aproximadamente 1,8
milhão de euros (R$ 7,83 milhões) por trabalhos feitos entre 1998 e 2002.
Além de Platini, foi detida uma antiga conselheira do ex-presidente
francês Nicolas Sarkozy, Sophie Dion, enquanto que o ex-secretário-geral do
Palácio do Eliseu, Claude Guéant, prestou depoimento sob o status de “suspeito
livre”, de acordo com a imprensa francesa.
Em 2016, a Promotoria Nacional Financeira abriu uma investigação por
suposta corrupção na escolha do Catar para sediar a Copa de 2022, onde o
próprio Platini já havia prestado depoimento como testemunha em dezembro de
2017.
A investigação é centrada em um almoço organizado no Palácio do
Eliseu, sede do governo francês, em 23 de novembro de 2010. No evento estavam
presentes Sarkozy, Platini, o Emir do Catar, Tamim Ben Hamad Al Thani, e o
então primeiro ministro do emirado, Sheikh Hamad, Bem Jassem, além de Guéant e
Sophie Dion.
Essa detenção deve dificultar os planos do francês de voltar ao
futebol. Platini era declaradamente candidato à sucessão de Joseph Blatter como
presidente da Fifa antes de os casos de corrupção estourarem em 2015.
A Fifa emitiu uma nota oficial nesta terça-feira afirmando que não tem
maiores detalhes para comentar a detenção de Platini, mas reitera o total
comprometimento com as autoridades de qualquer país do mundo onde haja
investigações relacionadas ao futebol.
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