Residentes
dos distritos de Mocímboa da Praia e Nangade mostram-se preocupados, pelo facto
de, nos últimos dias, ter-se registado o desaparecimento de alguns agentes
económicos. Segundo as fontes, as vítimas têm sido levadas, muitas vezes, à
noite, por pessoas desconhecidas, que chegam de uma viatura dupla cabine sem
matrícula. Só em Mocímboa da Praia, contam as fontes, a população queixa-se do
alegado rapto de três agentes económicos, um deles de nome Abibo, residente no
bairro Nanduadua.Já no distrito de Nangade, segundo relatam,
supostamente, desapareceram dois agentes económicos, um dos quais identificado
por Mustafa Victor, proprietário das bombas de combustíveis, localizadas na
entrada principal daquela sede distrital.
As
fontes ouvidas pela "Carta" asseguram
que não se sabe quem são os supostos protagonistas dos raptos, assim como não
sabem dizer se podem estar relacionados com a situação dos ataques. Acrescentam
que, aquando do seu suposto rapto, Mustafa estava na sua viatura de marca
Toyota, modelo Landcruiser, quando uma outra viatura fez uma ultrapassagem e
depois bloqueou a via, tendo, supostamente, saído seis homens que o levaram. A
vítima, afirmam as fontes, saía do escritório, naquele posto de abastecimento
de combustível. O agente económico de Nangade, avançam as fontes, foi raptado na
quinta-feira, mesmo dia em que foi atacada a comunidade de Namuavika.
No
entanto, casos de gênero já aconteceram também no distrito de Macomia, o mais
afectado pelos insurgentes. Num passado muito recente, dizem as fontes,
desapareceu um suposto renomado comerciante de pescado, de nome Bahar, natural
de Quissanga, mas residente na aldeia Pequeue, no posto administrativo de
Quiterajo. Até hoje, confirmam as fontes, ainda não se sabe do seu paradeiro.
Outro
agente económico tido como desaparecido, também de forma estranha, chama-se
Arumbe, natural e residente de Mitacata, também no posto administrativo de
Quiterajo. Este comercializava pescado e outros produtos, nos distritos de
Macomia e Mocímboa da Praia e, às vezes, deslocava-se para a vizinha Tanzânia. Na
sua investigação, a “Carta” apurou que,
nos distritos afectados pelos ataques, continua a ideia de que os que possuem
ou movimentam somas de dinheiro terão sido “entregues” por certos investidores,
no âmbito da insurgência. Aliás, actualmente, movimentar dinheiro, viajar à
noite, receber hóspedes desconhecidos na região, entre outros hábitos, são
motivos mais que suficientes para ser conotado com os insurgentes.
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