quarta-feira, novembro 16, 2016

Moçambique, volta a crescer já em 2017

A taxa de crescimento da economia de Moçambique deverá aumentar a partir de 2017, depois de encerrar 2016 com o valor mais baixo dos últimos 15 anos, de apenas 3,6 por cento, de acordo com as mais recentes previsões da Economist Intelligence Unit (EIU).No entanto, com uma taxa média de 4,4 por cento em 2017/2018 e de 5,3 por cento em 2019/2021, o crescimento da economia de Moçambique continuará longe da média de 7,3 por cento que foi conseguida no período compreendido entre 2005 e 2015.A EIU afirma que a economia de Moçambique tem sido prejudicada este ano por falta de divisas, o aumento exponencial da inflação e despesa pública reduzida, em simultâneo com a percepção, entre os responsáveis da banca e das empresas privadas, da ocorrência elevada de riscos políticos.
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O relatório obtido pela Macauhub, citado hoje pelo “Notícias” de Maputo, adianta que a produção de carvão será um dos motores da economia devido ao aumento dos preços internacionais e à procura robusta por parte da Índia, um dos principais importadores deste produto, a que associará o esforço a ser desenvolvido pelas empresas mineiras para a redução dos custos de produção.A agricultura irá também dar a sua contribuição para a retoma da economia, com o esmorecimento dos efeitos do El Niño, mas tratar-se-á de um crescimento limitado devido à produtividade diminuta conseguida pelos pequenos agricultores.A redução da despesa pública, que se deverá contrair 16,4 por cento em 2017, limitará o crescimento dos sectores da construção e dos serviços, que historicamente se têm apoiado em contratos governamentais, mas a EIU antecipa que alguns investimentos privados permitirão a restauração da confiança dos empresários.A despesa pública deverá voltar a crescer em 2019, a uma taxa de 4,8 por cento, para crescer nos anos seguintes a taxas mais elevadas no intervalo entre 8,3 por cento e 7,8 por cento.A taxa de inflação, que acelerou para 24,9 por cento em Setembro – o valor mais elevado em mais de uma dezena de anos – deverá manter-se elevado nos tempos mais próximos, alimentada pelo efeito conjugado da desvalorização rápida da moeda, nomeadamente face ao rand sul-africano, de onde segue a maior parte dos produtos comprados por Moçambique, e a quebra da produção agrícola, particularmente no sul do país.A questão dos empréstimos contraídos por empresas públicas vai fazer com que a dívida pública, que em 2012 era de 37,8 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) e em 2015 de 75,8 por cento, atinja 127 por cento do PIB no final deste ano, para começar a descer em 2017 e 2018, com valores de 122 por cento e 111 por cento do PIB, respectivamente.

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