As redes sociais estão cheias de informação caluniosa ou
não sobre a alegada compra pela Presidência da República de Moçambique de 12
garrafas de um vinho português ao preço aproximado de 500 mil meticais no dia 6
de Novembro de 2016. A notícia foi despoletada quando uma fotografia de um
documento que se acredita de ser a segunda via da fatura foi posta a circular
pelo WhatsApp. A notícia desagradou os cidadãos, diga-se, a esmagadora maioria
que julgou tratar-se de uso abusivo dos fundos públicos, num contexto marcado
pelo custo de vida, instabilidade política e isolamento internacional. Estava a
instalada a crise.
O Taverna entrou em crise. A Presidência também, cada instituição com suas
razões. O Taverna por ver seu nome envolvido num aparente escândalo de
esbanjamento dos fundos públicos para fins de lazer em tempos de crise enquanto
a Presidência entrou em crise por ser a pretensa autora do escândalo.Na
tentativa de apagar o fogo, o Taverna emitiu um comunicado que, ao invés de
clarificar o assunto, simplesmente adensou as suspeitas. O comunicado do
Taverna é quanto a mim um comunicado mal elaborado por não ter respondido o
essencial.
A par disso, ainda fica por discutir até que ponto podem
os assuntos corridos dentro de uma rede social minoritária e fechada como o
WhatApp merece um comunicado daquele género, assinado e carimbado. De uma ou de
outra maneira, as seguintes perguntas deveriam ter sido respondidas. Mas antes,
importa elencar quais deveriam ter sido os passos dados antes do envio do
comunicado:
1. Análise da situação: verificar a autenticidade do documento, explorar o
contexto em que tal foi emitido, apurar a verdade, analisar os danos.
2. Identificar os afectados e adotar a melhor estratégia de chegar a eles
3. Decidir sobre a melhor tática a usar na resposta para a gestão da imagem que
poderia ser entre a minimização ou lidar com a crise, mediante os resultados
apurados em 1 e 2.
4. Responder.
Ora, este processo todo pode levar horas e dias. Dada a delicadeza do assunto –
o Taverna não é a única instituição afectada (positiva ou negativamente) hoje
não era o dia para responder. Para bem dizer, hoje era o dia para o Taverna
emitir aqueles comunicados padrão do estilo “tomamos o conhecimento, o Taverna
está preocupado e vai reagir dentro de horas”. A não observância de alguns
passos simples fez-lhes tomar medidas estranhas que produziram impacto adverso.
Ora, aqui vão as perguntas que o comunicado não respondeu.
• Primeiro: A Presidência da República comprou vinhos na data ou não?
Segundo: A presidência da República é seu cliente ocasional ou frequente?
• Terceiro: Aqueles vinhos são vendidos no local ou não? Em caso afirmativo, os
vinhos custam o preço identificado na fatura?
• Quarto: Aquela fatura é autêntica ou não?
• Quinto Em caso negativo, quais são os marcos distintivos e de segurança do
sistema informático do Taverna e o que difere da fatura impressa e posta a
circular?
• Sexto: Aliado a pergunta anterior, quais os sinais visíveis de falsificação
do documento. Aqui devo asseverar que a justificação de que o Taverna segundo a
qual as faturas são emitidas em formato de talões. MENTIRA. Nada obsta a um
cliente que, para além do talão lhe seja passado uma declaração ou recibo não
fatura que confirme a transação, para efeitos de contabilidade. No recibo,
indicam-se o nome da entidade a quem deverá recair a responsabilidade fiscal
entre outros elementos.
O Taverna também afirma que irá investigar e encontrar o prevaricador, o que
sugere que ele desconfia que a fonte da tal denuncia tenha saído do
restaurante. Só este elemento denuncia uma suspeita: das duas, uma: ou a fatura
é autêntica ou o Taverna desconfia de alguém de lá de dentro. Ora, porque
afirmara que a fatura não era sua, com que inteligência irá o Taverna trabalhar
para identificar o malfeitor supondo que fosse de fora?
• Sétimo: uma vez ter afirmado que a fatura era falsa, que medidas correctivas
adicionais tomaram? Pediram desculpas a Presidência e aos demais clientes,
incluindo eu, que também sou useiro daqueles restaurantes?
Muitos cidadãos possuem uma noção muito reduzida da Presidência da República.
Muitos julgam que na Presidência vivem apenas o Presidente da República e sua
família e empregados e suas aves. Mas na Presidência trabalham ministros e
outros titulares de cargos equiparáveis, para além do Presidente da República,
num total que supera 200 funcionários. Com tal, e neste caso específico,
existem vários níveis de responsabilização. Com a publicação do comunicado do
Taverna, o escândalo ou a desinformação está oficializada. A Presidência da
República, principalmente a casa civil deveria pronunciar-se, para clarificar
se:
1. Compraram aquelas garrafas ou não
2. Em caso afirmativo naquele preço e porquê.
3. Caso não tenha comprado que medidas correctivas seriam adotadas.
O facto é que a ser verdade, brincou-se com o dinheiro do povo. Mas se não
reagir, o povo ainda irá adensar as suas dúvidas e tomará como verdadeiros os
factos, prejudicando ainda mais o bom nome institucional.
Como se pode ver, o comunicado da Casa Civil não poderia sair sem a cooperação
do Taverna. Pela natureza das instituições, não deveriam produzir nenhum
comunicado conjunto.
Mas a pergunta que não quer calar é: precisava o Taverna emitir o comunicado
por causa de uma mensagem de WhatsApp? Em caso afirmativo, que téticas digitais
e igualmente agressivas seriam recomendáveis? A resposta a estas perguntas
deveria basear-se numa análise situacional mais concreta.
PS: A apreciação feita aqui foi técnica. E não política. É dirigida aos
aficionados pela comunicação estratégica como eu. E aos outros interessados em
apreciar temas relacionados com a comunicação de crise.(Dr.Egídio Vaz in facebook)
Não
haja equívocos....................
Não é que eu esteja a favor... Aliás sou contra o despesismo. Filipe Nyusi
também. Mas aquela factura supostamente do Grupo Taverna para a Presidência da
República foi posta a circular por alguém que se diverte fazendo mal a outrem. Mais
uma vez, quero dizer aos moçambicanos, mormente à juventude moçambicana, que o
futuro só será melhor em Moçambique com a Frelimo no poder. Não haja equívocos.O
segredo para colocar Moçambique novamente na rota do progresso é os
moçambicanos exigirem que aqueles veteranos da luta de libertação nacional que
impingem líderes ao povo moçambicano deixem de fazer isso.Tenho comigo que
Filipe Nyusi está a ser aparentemente falso porque não quer parecer alguém que
governa na base de recados, sem ideias próprias. Os moçambicanos têm que ficar
do lado do seu Presidente e instar os que lhe pedem projectos em privado para
pararem de fazer isso.Pensando melhor, aquela suposta factura do Taverna só
pode ser uma das armas usadas por aqueles a quem Filipe Nyusi recusa obedecer,
em respeito à Constituição da República de Moçambique, que por isso o querem
derrubar. Portanto, o problema em Moçambique não é a Frelimo, mas sim as
pessoas que usam a Frelimo no interesse próprio. A luta tem que ser não de
tirar a Frelimo do poder, mas sim desactivar os cartéis rivais que pretendem
usar a Frelimo como escudo para defender interesses egoístas. Enfim, os
militantes da Frelimo e o povo a quem este partido político sempre quis bem
servir têm que unir forças para derrubar os detractores de Filipe Nyusi. Ele
está a fazer bem por recusar ser marioneta. Confiemos nele e ajude-mo-lo a
corrigir os erros do passado e do presente, para que Moçambique volte a ser uma
boa referência no mundo!
Vamos
acordar, não nos deixemos manipular, moçambicanos!
As contas não batem certo com IVA reportado de 17%. Só com IVA de
14,52991558442% é que as contas batem certo.Logo, a pergunta que se coloca é:
O Grupo Taverna cobra IVA diferente do oficial em
Moçambique?
Enfim, diz um adágio, que «mentira tem perna curta».
Desafio aqueles que acreditam que a cópia da suposta factura que se tornou
viral nas redes sociais em Moçambique é uma reimpressão da original, feita por
alguém com "bom senso", a explicar a discrepância dos totais
reportados, com e sem IVA, com a taxa oficial do IVA praticada em Moçambique,
que é de 17%. (Dr.Júlio Cumbane in facebook)
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