As cerimónias centrais do Dia da Vitória terão lugar, este ano, na cidade
de Pemba e vão coincidir com a realização do Terceiro Festival Nacional dos
Combatentes.Refira-se que a Semana do Combatente arrancou com a realização na
Faculdade de História da Universidade Eduardo Mondlane, em Maputo, da “Feira da
Memória do Combatente”, num acto dirigido pelo Ministro dos Combatentes. Entretanto,
a Polícia da República de Moçambique, em Pemba, já alertou que não vai tolerar
qualquer acto que perturbe a festa do 7 de Setembro.O Festival a realizar-se
sob o lema “Combatente na Vanguarda pelo Aumento da Produção e
Desenvolvimento”, vai contar com a participação de sete mil combatentes
oriundos de vários pontos de Cabo delgado e do País, tendo sido mobilizados
perto de duas dezenas de autocarros.
Esta quarta-feira, Moçambique vai marcar a passagem dos 42 anos dos Acordos
de Lusaka, assinados a 7 de Setembro de 1974, que ficou conhecido como o Dia da
Vitória.Foi a 7 de Setembro de 1974 que a Frente de Libertação de Moçambique
(Frelimo) e o Estado Português rubricaram os “Acordos de Lusaka”, que
reconheceram formalmente o direito do povo moçambicano à Independência.Como
consequência, os portugueses acordaram com a Frelimo o princípio da
transferência de poderes, sobretudo a soberania que detinham sobre o território
moçambicano.No âmbito dos mesmos acordos foi igualmente estabelecido que a
independência completa de Moçambique seria solenemente proclamada no dia 25 de Junho
de 1975, data que coincidiria, propositadamente, com o aniversário da fundação
da Frelimo.
Para além destes princípios, os Acordos de Lusaka estabeleceram,
relativamente ao território de Moçambique, o regime jurídico que vigorou
durante o período de transição para a Independência (período a iniciar com a
assinatura dos Acordos e a terminar com a proclamação da Independência de
Moçambique).Tal regime consistiu, essencialmente, numa bipartição de poderes
sobre o território, tendo-se confiado a soberania ao Estado português,
representado por um Alto-Comissário, e a administração à Frelimo, a quem foi
reconhecida a prerrogativa de designar não só o Primeiro-ministro ( Joaquim
Chissano/foto direita ), como também dois terços dos ministros do Governo de Transição.
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