O Governo moçambicano ordenou a empresa Transportes Públicos de Maputo (TPM) a aumentar os salários dos seus trabalhadores na ordem dos 17,5 por cento, não em oito como esta instituição pretendia fazer.Esta decisão foi anunciada no último dia para o Ministério dos Transportes e Comunicações (MTC) se pronunciar sobre este diferendo que levou os trabalhadores dos TPM a ameaçar entrar em greve, em finais do mês passado.Na altura, aquela empresa pública responsável pelo transporte rodoviário de passageiros na província e cidade de Maputo, oficialmente ja extinta, queria implementar um aumento salarial de oito por cento, o mesmo que foi aprovado pelo Governo para a Função Pública.Por seu turno, os trabalhadores negaram este aumento, exigindo os 17,5 por cento aprovados para o sector dos serviços não financeiros, em que se integra a área dos Transportes. Aliás, no passado, eles sempre beneficiaram dos aumentos atribuídos ao sector dos serviços não financeiros.Ainda nessa altura, o ministro dos Transportes e Comunicações, Paulo Zucula, considerou que os trabalhadores dos TPM estavam “equivocados”, uma vez que apesar de aquela ser uma empresa de transportes integrante no sector dos serviços não financeiros, tem a particularidade de ser parte do Aparelho do Estado, cujo ajuste foi de apenas oito por cento.Segundo a explicação do ministro, nos outros anos, os trabalhadores tinham aumentos referentes ao sector dos serviços não financeiros porque a sua empresa recorria a fundos próprios para aumentar àqueles disponibilizados pelo Estado.Mas os trabalhadores negaram esse argumento, ameaçando entrar em greve caso não fosse atribuído o aumento salarial na ordem de 17,5 por cento.Contudo, apesar da explicação de que a empresa TPM não dispunha de fundos suficientes este ano, Paulo Zucula prometeu que o Governo haveria de responder, em definitivo, as preocupações dos trabalhadores até meados de Agosto corrente.Um comunicado de imprensa da TPM indica que a empresa vai começar a pagar os 17,5 por cento ainda este mês, acrescentando um valor equivalente a 9,5 por cento atribuído aos trabalhadores desde há poucos meses.“Em relação aos retroactivos dos meses de Abril a Julho (quatro meses), referentes as diferenças dos 9,5 por cento, serão pagos em prestações em função da capacidade financeira da empresa, devendo as partes se manterem informadas sobre a produção da empresa”, indica o documento.Refira-se que apesar de TPM ser a maior empresa de transportes rodoviários em Moçambique, ela só consegue transportar menos de 10 por cento dos cerca de 900 mil passageiros registados diariamente nas cidades de Maputo e Matola, Sul do país.
0 comments:
Enviar um comentário