A Embaixada da Líbia em Moçambique manifestou ontem, quarta-feira, em Maputo o seu incondicional apoio aos rebeldes que lutam naquele país para a queda do regime liderado pelo coronel Muamar Kadhafi, que se mantém no poder há cerca 42 anos. A informação foi dada à Imprensa pelo encarregado de Negócios da Líbia em Maputo, Rajab Dakam, que autorizou a mudança de bandeira na sede da embaixada da Líbia, içando agora a bandeira do Conselho Nacional de Transição (CNT). Assim, na sede da missão diplomática da Líbia, em Maputo, está desde a manhã de ontem içada a bandeira que tem sido usada pelos rebeldes e pelo Conselho Nacional de Transição (NTC em inglês). É a bandeira que foi usada naquele país entre os anos 1951 e 1969, período da monarquia.Entretanto, o encarregado de Negócios da Líbia em Moçambique fez também saber que a sua decisão ainda não foi comunicada ao Governo moçambicano, mas sê-lo-á o mais breve possível. “Preferimos comunicar em primeiro lugar ao povo moçambicano e o mais breve possível o faremos ao Governo”.Rajab Dakam explicou que a sua decisão é em virtude de o povo líbio reconhecer os rebeldes. “Pelas notícias que temos vindo a acompanhar, o povo líbio está com os insurgentes e nós decidimos abraçar a causa que é vista como legítima pelo povo. Estamos do lado do povo líbio”.Mas o encarregado de Negócios da Líbia diz também que assim que comunicar ao Governo moçambicano sobre a sua decisão, caberá às entidades de Maputo pronunciarem-se e a embaixada vai acatar qualquer decisão que vier do Governo moçambicano. “Preferimos não comentar sobre o posicionamento do Governo moçambicano, mas vamos acatar qualquer decisão”. A partir daqui, todas as atenções ficam viradas à reacção do Governo moçambicano, em relação ao posicionamento da embaixada. Importa lembrar que existem alguns investimentos importantes em Moçambique negociados com o regime de Kadhafi, sendo um dos mais importantes a produção de arroz. Durante a tarde de ontem tentámos obter reacções do Governo, mas foi em vão. Todas as fontes tomaram conhecimento deste assunto através do repórter. Mas tudo indica que hoje o Governo poderá reagir. (Matias Guente)
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