quinta-feira, agosto 25, 2011

Estrondos no Matadouro

Os estrondos provocados pela destruição de armamento obsoleto, que ainda sobra no já desactivado paiol do Matadouro, criaram pânico na manhã de ontem no seio da população residente, incluindo crianças deste bairro e de outros circunvizinhos, nomeadamente Inhamízua, Mungassa e Chingussura, na cidade da Beira. Refira-se que o aludido paiol do Matadouro destruiu-se em consequência de uma explosão tremenda ocorrida em 2003, causando vítimas humanas mortais e enormes prejuízos materiais, sobretudo casas que ficaram destruídas, algumas das quais permanecem no mesmo estado.Apercebendo-se da situação de ontem, entrevistou-se alguns cidadãos, os quais disseram que ficaram assustados, devido às explosões que provocaram estrondos. “Julgávamos que os estilhaços poderiam atingir-nos, por isso, ficamos com medo” — disse o cidadão Paulino Assulai, acrescentando que o que faz admirar as pessoas é o facto de todos os anos estarem a registar as explosões, significando isso que ainda paira perigo naquele paiol.“Sentimo-nos sempre ameaçados cá no Matadouro, visto que, a qualquer momento, pode explodir algo que sobrou em 2003” — observou o entrevistado.Outra cidadã entrevistada chama-se Lucinda Paulino. Afirmou ter tido também susto e disse mais: “É verdade que avisaram que iriam destruir o armamento, mas por serem armas que estão a explodir, todos nós ficamos com medo de sermos atingidos e morrer”.

O chefe do posto do antigo Paiol do Matadouro, Pedro Candua, das Forças de Defesa de Moçambique, ostentando a patente de sargento, prontamente explicou que houve necessidade de destruir aquele material no local, para evitar incidentes durante o seu transporte para a região de Savane, onde tem decorrido a destruição do armamento obsoleto, que ficou soterrado quando das explosões ocorridas em 2003.Segundo Candua, ontem foi o último dia do trabalho de destruição, que vinha sendo feito durante cinco dias, de um total de 14 autorizados para o efeito pela Polícia da República de Moçambique.“Fizemos o trabalho em tempo útil, pois temos vindo a destruir os obuses de B-10 e espoletes de morteiros de 82 milímetros. Era material armado, que temos vindo a destruir em Savane, zona desabitada, para não criar pânico” — explicou.
A fonte disse que ontem foram provocadas sete explosões. Garantiu que ninguém ficou ferido, visto que o trabalho ocorreu bem, o qual envolveu um grupo de 13 especialistas de engenharia militar.Pedro Candua reconheceu que o perigo ainda existe naquele paiol, porque, aquando das explosões de 2003, muito armamento ficou soterrado e que vai sendo desenterrado para a sua desactivação total na região de Savane.Desde que aquele paiol ficou desactivado, nunca cessaram as explosões, chegando até a causar vítimas mortais, conforme noticiamos nas nossas edições anteriores, como, por exemplo, em 2006 morreram pelo menos três pessoas, quando uma mina explodiu na altura em que as vítimas procuraram ferro velho, vulgarmente conhecido por sucata.O incidente ocorreu em Novembro de 2006, em que duas pessoas morreram no local e a outra viria a perder a vida logo à entrada do Centro de Saúde Chingussura, bairro adjacente ao de Matadouro.

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