´´ .............. a partir de Cabo Delgado´´ É o argumento central da pesquisa sobre o
conflito em Cabo Delgado, levada a cabo pela Fundação MASC (Mecanismo de Apoio à
Sociedade Civil), em parceria com o Instituto de Estudos Sociais e Económicos
(IESE).
Os resultados preliminares da pesquisa foram apresentados
por João Pereira, da Fundação MASC, e Salvador Forquilha, do IESE, esta
sexta-feira, 09 de Outubro, num evento à porta fechada com parceiros
estratégicos, em Maputo.Intitulado “Afinal não é só Cabo Delgado!”, o estudo
constata que existem factores que propiciam a evolução do conflito nas
províncias de Nampula e Niassa.Segundo os pesquisadores, três anos depois do primeiro
ataque dos insurgentes a Mocímboa da Praia, a 05 de Outubro de 2017, a região
norte de Moçambique está sob risco de atingir um estágio de violência endémica.
Entre os factores, o crime organizado, o contrabando de
recursos, a deterioração da situação humanitária e a fragilidade do Estado
moçambicano para conter a violência.
Assim, João Pereira e Salvador Forquilha defendem que,
mais do que compreender as causas do conflito em Cabo Delgado, é hora de
compreender as dinâmicas do processo do conflito em toda a região norte do
país. Defendem também uma abordagem holística e integrada, que olha para as
dinâmicas do norte do país como um todo, para além da dimensão regional, tendo
em conta o papel que países como a Tanzânia jogam no conflito moçambicano. Os
pesquisadores da Fundação MASC e do IESE apontaram que, à semelhança do que acontece
em Cabo Delgado (ver por exemplo, o Cadernos IESE sobre “Radicalização Islâmica
no Norte de Moçambique: o caso de Mocímboa da Praia, nas versões em Português e
Inglês), em Nampula e Niassa, os insurgentes têm estruturas de funcionamento
eficientes, incluindo redes de recrutamento, cujas células servem como base de
radicalização nas três províncias.Refira-se ainda que, no evento, a Fundação
MASC apresentou as diversas acções em curso para conter a violência extremista
e a radicalização no norte de Moçambique.
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