Apesar da existência de inúmeros grupos etnolinguísticos, a província de Cabo Delgado é, geralmente, associada à presença de três grupos maioritários, nomeadamente macuas, macondes e muanis. Constituindo o Emakhuwa a língua materna de 67,1% da população da província (no censo de 2007), este grupo etnolinguístico constitui o mais numeroso em Cabo Delgado1 . Englobando inúmeros subgrupos, o grande grupo MacuaLomué predomina no Norte da Zambézia, na província de Nampula, Centro e Sul de Cabo Delgado e zona Leste de Niassa. Trata-se de um grupo heterogéneo, maioritariamente associado à religião islâmica nas zonas costeiras, mas com forte penetração cristã no hinterland. O grupo macua é, tradicionalmente, associado à linhagem matrilinear, ainda que tenha sofrido profundas transformações nos períodos recentes (Osório, 2006; Casimiro, 2008).
Em segundo lugar, o Shimakonde aparecia, no
censo de 2007, como a língua materna de 20% da população de Cabo Delgado,
concentrada no planalto de Mueda (prolongando-se pelo Sudeste da Tanzânia), e
com presença notória no litoral Norte de Cabo Delgado, e em centros de presença
militar, como Montepuez, Pemba, Nampula ou Maputo. Trata-se de um grupo
maioritariamente cristão (ainda que, por via de casamentos mistos, existam
mulheres macondes convertidas ao islão, particularmente na costa), cuja
actividade económica principal é a agricultura, complementada com a pecuária.
Em terceiro lugar, e representando 5,9% da
população da província, o grupo Mwani (falante de kimuani) predomina ao longo
da costa de Cabo Delgado a norte de Pemba, do Ibo até ao rio Rovuma, assim como
nas diversas ilhas do arquipélago das Quirimbas. Maioritariamente islâmico,
trata-se de um grupo que se dedica fortemente à pesca (que conjuga com a
pequena agricultura de subsistência alimentar), assim como actividades
comerciais. O censo de 2007 refere o português como língua materna de 3,4% da
população. O Kiswahili surge como a língua materna de 1,1% dos inquiridos,
tratando-se de um grupo fortemente composto por cidadãos tanzanianos,
concentrado no planalto Maconde e no litoral Norte de Cabo Delgado. Apesar de
não aparecer referido no censo, em Palma, Quionga e ao longo do rio Rovuma
sobressai, ainda, o grupo etnolinguístico Makwe que, em 1993, aparecia estimado
em 20.000 a 30.000 indivíduos. Maioritariamente islâmicos, todos os homens
aparentam falar kiswahili, sendo que a maioria das mulheres o entendem. A
maioria fala também shimakonde (Garcia (2005: 68).
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