Cerca de seis milhões de
moçambicanos, com maior enfoque para crianças em idade escolar, correm o risco
de perder a visão, devido ao Tracoma Fulcral. O continente africano é o mais
afectado, com 18 milhões de pessoas, sobretudo as mais pobres.Estes dados foram
partilhados pelo Ministério da Saúde (MISAU), esta quarta-feira (26 Junho), em
Maputo, durante a Reunião Global da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a
Eliminação do Tracoma no mundo, uma doença causada por uma bactéria e que
afecta a vista.
Durante o evento, o vice-Ministro
da Saúde, Leopoldo da Costa, disse que a doença constitui um problema de saúde
pública, afectando 66 distritos, destacando-se os das zonas centro e norte, com
maior prevalência, que vai de cinco a 29 por cento.
O Tracoma Fulcral é uma doença
causada por uma bactéria e que afecta a visão e está relacionada com a
deficiência de funcionamento do saneamento do meio, disponibilidade de água,
défice de latrinas, entre outros factores.
Segundo a especialista em doenças
tropicais do MISAU, Marília Massangai, nos 66 distritos afectados pelo Tracoma,
a OMS está a orientar uma estratégia, em que os casos são tratados nas unidades
sanitárias, porém, nos pontos mais endémicos. Sublinha que o tratamento está a
ser feito em campanhas de tratamento massivas e que, até finais do ano passado,
o sector da saúde havia realizado 68 por cento da cobertura.
“Os pacientes que se encontram
numa fase mais avançada da doença, que é da cegueira, beneficiam-se de
cirurgias, mas também, em colaboração com outros sectores, procuramos garantir
que tenham um bom saneamento do meio, que haja disponibilidade de água em boas
condições, construção de latrinas, para que se reduza o peso desta doença
nestes locais”, sublinha a fonte.
Já a representante da OMS, em
Moçambique, Djamila Cabral, pediu a intervenção de todos, sobretudo da
sociedade civil, para a erradicação da doença até 2020.
“Precisamos de novos doadores e
de novas pesquisas operacionais para aperfeiçoar a maneira como implementamos a
Estratégia SAFE (S-cirurgia, A-antibióticos, F-limpeza facial, E-melhoria
ambiental), para acelerar o fortalecimento do sistema de saúde e integrar as
medidas-chave nos cuidados de saúde primários”, explicou Cabral. (Marta Afonso)
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