O
Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA) confirma que a greve dos
profissionais da Rádio Nacional de Angola (RNA), a partir do dia 29, é total e
que não haverá serviços básicos, o que significa que a rádio pública ficará em
silêncio. Em resposta, o Conselho de Administração da RNA, através do seu
porta-voz Aguinaldo Kailu, diz que a decisão é ilegal e que apenas cinco por
cento dos trabalhadores se reveem na posição tomada pelo núcleo sindical. “Para
nós é uma decisão extrema e se virmos bem 90 ou 95 por cento dos trabalhadores
da RNA não subscrevem esta decisão de greve”, reiterou Kailu, quem garante que
as reclamações em torno do qualificador ocupacional e da tabela salarial foram
totalmente satisfeitas.
“Entendemos ser uma decisão ilícita e ilegal”, concluiu o
porta-voz.
Entretanto,
Teixeira Cândido, secretário-geral do SJA, reitera que a greve será geral e sem
os serviços minimos. O sindicalista denuncia algumas atitudes do CA que
qualifica de injustas.“Perdeu-se toda a confiança no diálogo com o actual
Conselho de Administração da RNA, que comprou viaturas Lexus para os seus membros,
subcontratou empresas, faz outros gastos e não tem em conta os próprios
funcionarios”, denuncia. Entre as reivindicações apresentadas em Fevereiro
deste ano e que o SJA diz não terem sido atendidas, estavam a definição de um
salário mínimo para a classe jornalística de 180 mil kwanzas (cerca de 500
dólares), uma vez que, não existia qualquer limite mínimo.
A greve está programada para durar 30 dias e é a primeira vez
que a rádio pública poderá parar.
O
Ministério da Comunicação Social (MCS) já reagiu ao anúncio de greve e apelou
ao diálogo entre o SJA e o Conselho de Administração da RNA, visando um
entendimento para evitar a greve.O MCS manifestou também o seu total empenho
para continuar a exercer o seu papel conciliador entre as partes, no estrito
cumprimento da lei e das suas responsabilidades orgânicas.Nesse sentido,
recomendou o CA da RNA a criar uma comissão de reclamações, com a participação
de um representante do Sindicato e do Ministério da Comunicação Social, para
avaliar e decidir sobre as reivindicações apresentadas.
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