A Renamo, o
maior partido da oposição em Moçambique, pede a intervenção do Estado contra os
desertores daquela força política que decidiram formar uma junta militar e
ameaçam destituir o presidente, bem como inviabilizar o processo de
reconciliação em curso no paísO pedido foi formulado pelo porta-voz da Renamo,
José Manteigas, em conferência de imprensa havida hoje em Maputo, e que tinha
como objectivo responder as recentes declarações proferidas pela
auto-intitulada junta militar.Os mesmos
afirmam que dentro de 10 dias irão apresentar o novo líder daquela formação
política.
“Estamos
empenhados em alcançar a paz e, por via disso, é o Estado que deve tomar as
medidas preventivas. A Renamo está aparecer publicamente a distanciar-se desses
homens, portanto deve haver uma intervenção do Estado e compete ao mesmo manter
a segurança e a ordem pública”, disse Manteigas.A Renamo também deixou uma
mensagem para sossegar os moçambicanos garantindo que o presidente do partido
encontra-se “sereno e tranquilo”.
“Nós, como
partido político, neste momento temos um presidente e esse presidente chama-se
general Ossufo Momade. Temos um candidato às presidenciais eleito em congresso
e esse candidato as eleições presidenciais do dia 15 de Outubro é o general
Ussufo Momade, presidente da Renamo”, disse o porta-voz. Por isso, a Renamo
distancia-se dos pronunciamentos dos dissidentes, insistindo que os seus actos
constituem um atentado à paz, reconciliação nacional e a estabilidade.Segundo
Manteigas, as declarações da junta militar não passam de “uma encenação e
continuação do teatro gratuito que os moçambicanos foram dados a ver há uns
tempos atrás”.Frisou que Momade continua empenhado com o processo da paz no
país, dando continuidade aos esforços do antigo presidente do partido Afonso
Dlahkama. “Nós estamos
comprometidos com a paz. Estamos focados para o desarmamento, desmilitarização
e reintegração (DDR). Estamos focados para as eleições de 15 de Outubro”,
disse, para de seguida acrescentar, e sem apontar nomes, que “os desertores são
financiados”.
A junta militar
diz estar a preparar-se para indicar um novo líder, que os representará nas
próximas consultas do DDR, bem como a pacificação do país. Os guerrilheiros
apelam ao governo, na pessoa do Presidente da República, bem como a comunidade
internacional para pararem de dialogar com Momade, para evitar que os
moçambicanos sofram consequências.
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