«A
situação geral da Nação mantém-se firme. A Nação moçambicana é capaz de
enfrentar os desafios presente e futuros.»
Filipe
Nyusi
Agora
segue-se o meu comentário...
Filipe
Nyusi conseguiu dar um informe realista e simplificado do Estado geral da Nação
moçambicana(19.12.16), mas a sua conclusão admite interpretações ambíguas.
A
situação geral da Nação moçambicana NUNCA foi vacilante ou de falta de firmeza,
e NUNCA esta Nação foi incapaz de enfrentar os desafios do presente e do
futuro. Infelizmente, o parágrafo de fecho do informe do Presidente da
República (PR) de Moçambique sobre o estado geral da Nação deixa espaço para
aproveitamento político pela oposição ao seu Governo. Com efeito, já se diz,
por exemplo, que o "«estado geral da Nação continua firme» na protecção
dos bajuladores que ladeiam o PR e o impedem de ver correctamente a situação
real do país".
E
esta agora? Será que é isso que Filipe Nyusi quis dizer? Será que os assessores
do PR não se aperceberam de que aquele último paragrafo do informe sobre o
estado geral da Nação admitia interpretações subversivas? O próprio PR não se
deu contra de que aquele último parágrafo era ambíguo e abria espaço para
aproveitamento político desconstrutivo?
Que
tal se o informe terminasse com uma "frase" assim(?):
«Moçambicanas,
moçambicanos, compatriotas! O estado geral da nossa Nação, a Nação moçambicana,
é caracterizado por vários desafios, incluindo a ausência de paz efectiva (por
nos permitirmos conviver com a Renamo teimando em manter-se armada fora da
lei), altos níveis de percepção da corrupção,
baixos níveis de produção e de produtividade da nossa economia, baixa qualidade
de serviços prestados pelas nossas instituições públicas e privadas, e
acentuada queda de princípios e valores morais, entre outros males. Claramente,
neste estado não se pode dizer que a nossa Nação está bem. A nossa Nação NÃO
está bem. E esta Nação NÃO está bem só por causa de quem está a governar. Esta
Nação NÃO está bem por culpa da nossa incapacidade colectiva de viver debaixo
da lei.«
«Só
onde as pessoas, na sua maioria, aceitam assimilar e defender bons princípios e
valores de convivência social como parte integrante da sua cultura, só onde as
pessoas aceitam voluntariamente viver debaixo da lei, é que pode a Nação que
elas (as pessoas) formam estar bem e prosperar. A nós moçambicanos, como
sociedade, como povo, ainda nos falta compreender a importância de vivermos
debaixo da lei.«
«É
por isso que, por exemplo, aceitamos conviver com a Renamo armada e não vemos
mal nisso; aceitamos corromper e sermos corrompidos e não vemos mal nisso;
aceitamos viver de mão estendida e não vemos mal nisso; aceitamos a chantagem
como forma legítima de fazer política e não vemos mal nisso. É por isso também
que a nossa vida colectiva está a ficar cada mais caracterizada por frustrações
que nos levam a viver de apontar dedos acusadores uns aos outros. Enfim, é por
isso que o nosso progresso está a ser lento e titubeante.«
«Para
sairmos desta situação, impõe-se que mudemos de mentalidade. E para que esta
mudança que se impõe por si mesma seja pacífica e efectiva, é imperioso que a
sua necessidade seja sentida por todos nós. É para fazer sentir esta
necessidade que o Governo que eu estou a liderar está, por exemplo, a conversar
com a Renamo para o alcance da paz efectiva em Moçambique. A nossa intenção é
que este diálogo seja franco, nacional e inclusivo.«
«Recentemente
falei com Afonso Dhlakama sobre a necessidade de o diálogo ora em curso ser
célere, honesto, franco, inclusivo e fundado na nossa lei mãe, a Constituição
da República de Moçambique. É minha convicção que este é o caminho mais
apropriado para alcançarmos paz efectiva no nosso País. Continuarei a explorar
esta via, a via do diálogo construtivo, fundado na lei que jurei respeitar e
fazer respeitar, na busca da paz efectiva para o nosso País. Continuo focado na
busca da paz efectiva por entender que só vivendo em paz efectiva é que teremos
tempo para pensar nas melhores opções para acelerar o desenvolvimento do nosso
País.«
«...«
«Por
tudo o atrás dito, e apesar dos esforços que temos estado a empreender para
manter Moçambique na rota do progresso, temos que reconhecer que o nosso
progresso nesta rota tem sido lento. Não obstante, e medindo pelo que fomos
capazes de conseguir realizar no meio de todas as adversidades que marcaram a
nossa governação no ano de 2016 prestes a findar, podemos afirmar
categoricamente que a Nação moçambicana continua firme na rota do progresso.
Esta nossa convicção é sustentada pelo facto de que, apesar de o crescimento da
nossa economia ter desacelerado devidos aos múltiplos factores adversos já
mencionados atrás, não houve inversão da tendência de crescimento. Para o ano
de 2017 prevemos um crescimento da nossa economia maior do que registamos este
ano de 2016. Isto é o que significa dizermos que a Nação moçambicana continua
firme na rota do progresso: estamos a crescer de forma sistemática, cada vez
mais aprendendo dos nossos próprios erros e dos erros dos outros.»
Este
talvez fosse uma forma mais feliz de concluir o informe sobre o Estado da Nação
moçambicana.
...
Minha
opinião!
(Por:Juliao Joao Cumbana in Facebook)
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