O Presidente
moçambicano, Filipe Nyusi, disse hoje, em Bruxelas, que o Governo está a
trabalhar a todo o vapor, na frente politico-diplomática, para esclarecer com
transparência o problema da dívida externa com o objectivo de restaurar a
confiança junto dos credores e parceiros de cooperação que financiam o pais.
Nyusi, que falava a jornalistas no final da visita de trabalho de dois dias ao
Reino da Bélgica e instituições da União Europeia (UE), disse que o mérito do
país reconhecido pelos parceiros é a forma como o Governo está a lidar com o
processo com vista a ultrapassar o problema.
'Estamos a encarar com frontalidade o problema. Estamos a dar a cara de que o
problema existiu em Moçambique. Estamos a abrir portas para que as coisas sejam
entendidas e compreendidas', disse o estadista moçambicano, vincando que 'há
optimismo e expectativa geral de que Moçambique pode explodir na positiva e
crescer mais'.
As declarações do estadista moçambicano surgem na sequência de alguns
empréstimos contraídos em 2013 e 2014 por empresas moçambicanas, e com
garantias do governo, que levaram a suspensão da assistência financeira do Fundo
Monetário Internacional (FMI) ao país, na semana passada, enquanto se aguarda
pelo esclarecimento de todos os contornos da dívida.
Segundo Nyusi, Moçambique não é dos países mais endividados do mundo. 'As
dívidas têm que ser sustentáveis', disse, sublinhando que o governo está
empenhado em rapidamente restaurar a confiança dos parceiros financeiros para
encarar os desafios de desenvolvimento.Nesta cruzada politico-diplomática, o Governo conta com a colaboração dos
parceiros. O Chefe de Estado moçambicano disse que os parceiros estão
predispostos em colaborar com optimismo e encorajaram o Executivo a não se
deixar intimidar com o problema. Saudaram a postura do Governo de estar a discutir directamente o assunto com os
credores. 'Estamos a encontrar uma colaboração por parte do Fundo Monetário Internacional
(FMI) para vermos se encontramos uma solução rapidamente e voltarmos a ajuda
normal', disse Nyusi, sublinhando que 'mais do que nunca, estamos interessados
para que os que querem possam ter espaço para poderem ajudar com confiança'.
Neste processo, o Presidente da República reiterou que há interesse em todos os
parceiros em ajudar Moçambique a ultrapassar o problema. 'O interesse é construtivo. O importante é dar a cara, criar condições para que
o problema se resolva', disse.
A aposta do governo é de reestruturar todas as dívidas do país, incluindo a que
envolve a Empresa Moçambicana do Atum (EMATUM).
'A dívida está reestruturada. Esperamos que as outras que possam acontecer
sejam reestruturadas', afirmou Nyusi, vincando que, neste processo, o
importante é a atitude assumida pelo país'.
'Quando encontro esses países que apoiam Moçambique de forma directa
encorajam-nos a continuar com essas medidas', concluiu.A missão do Presidente da República na Europa terminou. Outra, encabeçada
pelo Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho do Rosário, trabalha em Washington com
as instituições de 'Bretton Woods' com vista a normalização das relações.Em Bruxelas, Filipe Nyusi manteve encontros com o Primeiro-Ministro, o Rei da
Bélgica, Presidente da Comissão Europeia, do Parlamento Europeu, com
Vice-Presidente do Banco Europeu de Investimentos, secretário-geral do Grupo
ACP, empresários e a comunidade moçambicana aqui residente, entre outras
entidades e personalidades.
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