sexta-feira, abril 29, 2016
Inocentes em fuga
quinta-feira, abril 28, 2016
Os doadores são o rosto da nossa pobreza!

A pobreza no
continente africano, em Moçambique, em particular, tem rostos: os doadores.
Quer dizer, se hoje somos cada vez mais pobres é devido aos biliões de dólares
que os doadores nos injectam. Se hoje vivemos num mundo de desigualdades
sociais – em que os ricos são cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais
pobres – é devido ao dinheiro que nos é drenado, sem controlo, pelos
ocidentais, o que beneficia os governantes corruptos.





O que os
doadores devem fazer, tal como diz o especialista William Easterly, que já
trabalhou para o Banco Mundial, é reduzir o auxílio para desenvolvimento e a
reforma dessas estruturas. James Shikwati e Dambisa Moyo sugerem a suspensão
completa desses auxílios. Não creio que se os doadores cortarem financiamento,
poderemos deixar de existir. África já existia há milhares de anos antes de
doações ocidentais. (LAZARO MABUNDA in facebook)
Interesses são também contraditórios
No encerramento da reunião magna, que decorreu na
cidade da Matola entre os dias entre os dias 13 e 16 de Abril, o partido
Frelimo, que dita as acções que o Presidente de Moçambique deve encetar,
encorajou Chefe de Estado “a continuar incansavelmente o diálogo e pragmatismo
que sempre o caracterizou, alargando a outras forças vivas da sociedade”.
Em entrevista o professor de Ciência
Política da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), João Pereira, afirmou que
partilhava da expectativa que muitos moçambicanos tinham para “ver quais eram
as medidas concretas do Comité Central especialmente sobre os assuntos de
importância para o país, que é a questão da estabilidade política e questão da
situação económica. Praticamente todos nós partíamos do princípio que iria sair
dali algumas soluções concretas mas infelizmente não vimos qual é o plano que o
presidente (Nyusi) vai adoptar, ou o Governo vai adoptar, no sentido de avançar
com a questão do diálogo”.
Relativamente ao alargamento do diálogo a outros
actores Pereira destaca que a questão que se impões é como alargar e quem serão
esses actores. “Porque os actores também têm diferentes interesses e muitos
desses interesses são também contraditórios. Então se for a alargar para outros
actores quem seriam, a igreja católica, a igreja protestante, a comunidade
muçulmana, a sociedade civil, os doadores? Não se sabe muito bem quem vão ser
esses actores e como serão envolvidos nesse processo todo”.
“Muita das vezes o alargamento para outros actores não
significa encontrar uma solução para o problema, significa também trazer a mesa
de negociações mais actores pode ainda complicar mais porque não conhecem bem
os dossiers, estes novos actores não tem uma dimensão muito profunda sobre as
exigências do partido Renamo e por outro pela resistência do Governo. Então
trazer novos actores para a mesa de negociações só se for para serem
observadores, porque ao fim ao cabo quem tem que encontrar a solução é o
Governo e o partido Renamo”, explicou o académico.
Como dialogar estando simultâneamente em guerra?
Pereira esclareceu que “(...)se o Governo não põe
forças para diminuir, por exemplo, a acção da Renamo em termos de controle do
espaço geográfico significa que vai perder grande parte do território. Perdendo
território, mesmo quando for a mesa de negociação significa o quê, significa
que a Renamo vai com um espaço já controlado e terá muito mais força e
legitimidade para controlar sob aquele mesmo espaço. Não é por acaso que em
todo o processo negocial grande parte dos actores envolvidos na guerra quando
está quase a terminar tentam ocupar o maior espaço possível para lhe dar a tal
força, porque o exercício de poder não se faz por exemplo fora de um espaço
geográfico. Faz-se pela ocupação de um espaço geográfico”.
Ademais, “quem tiver maior controle do território tem
maior força e capacidade de negociar quando estiver na mesa de negociação.
Então faz sentido que o Governo por exemplo este tipo de discurso que é a única
forma de mostrar que também tenho controle de 70% do território e você aí só
tem se calhar 10%. É por isso que a gente vê esta questão parecer uma
contradição entre o discurso sobre a paz e acção militar, e a Renamo também
está a fazer a mesma coisa”, explicou o docente da UEM.
Dhlakama ganhou, as Eleições Gerais, em mais
províncias do que o partido Renamo
“A Renamo está a dizer queremos paz mas também sobre
fogo, porque só assim é que vai acelerar o processo da negociação e vai dar a
possibilidade de a Renamo ter maior força na mesa de negociação, porque se a
Renamo consegue por exemplo ocupar toda zona Centro e Norte do país, por
exemplo, significa que vem à mesa de negociação já com um território controlado
e dificilmente vai aceitar a sua perda. Mas se vem à mesa de negociações sem
operacionalizar grande parte das usas promessas, em termos de ocupação de
espaço, também vem um pouco fragilizada porque não tem controlo sobre o
território”, acrescentou o nosso entrevistado.
Entretanto o polítógo chama atenção para o que mostra
uma análise mais profunda dos resultados das Eleições Gerais de 2014, “o
presidente Dhlakama ganhou em mais ou menos seis províncias, como presidente,
mas a Renamo só ganhou em duas províncias (Zambézia e Sofala)”.
“A questão que se coloca é se nas outras províncias
não votaram à favor da Renamo como é que se justifica por exemplo o argumento
da ocupação desse território? Há aqui também algumas contradições em termos
daquilo que a Renamo pede na questão do seu próprio espaço”, analisou João
Pereira.
Filipe Nyusi ainda precisa de tempo para mexer no
partido Frelimo
Relativamente a instruição da Comissão Política do
partido Frelimo para “aprofundar o processo de descentralização e
desconcentração política e administrativa no quadro da Constituição, incluindo
os ajustamentos legais e/ou constitucionais que se mostrem necessários” o
professor Pereira explicou que não é uma novidade.
O docente de Ciência Política que no início do ano,
depois de Filipe Nyusi dirigir pela primeira vez o Comité Central como
presidente do partido, afirmou que o Presidente de Moçambique não dispunha de
capital político para fazer grandes reformas dentro do seu partido declarou que
o estadista moçambicano continua a precisar de tempo para mexer na máquina
partidária.
O nosso entrevistado explicou que “Se você não tem um
controle forte dentro do partido e nem tem um apoio forte então você procura os
apoios que tem fora mas que são membros do partido e, ao nível das
oportunidades que são criadas lá, pôr os seus pontos de vista. E assim o
partido também se apercebe que não é só aquele posicionamento que os seus
membros defendem, há outras formas de pensar e há outras correntes no partido
que é preciso também por na balança e ver também qual é a melhor alternativa”,
concluiu o professor Pereira.
A DÍVIDA EXTERNA DE MOÇAMBIQUE
Moçambicanas e Moçambicanos
1. Inicio a minha intervenção saudando a
todo povo moçambicano em nome de Sua Excelência Filipe Jacinto Nyusi,
Presidente da República, e do Governo de Moçambique;
2. Estamos aqui hoje para, partilhar a
situação económica do nosso País, sobretudo o tema actual que é a dívida,
particularmente a externa bem como as acções que o Governo se propõe a tomar
para inverter o actual cenário;
3. Vivemos hoje um momento particularmente
atipico, influenciado pela actual conjuntura interna e externa, que afecta o
desempenho da nossa economia e consequentemente o dia-a-dia de cada
moçambicano.
Caros Compatriotas
4. Reitero que vamos partilhar com toda
abertura a informação sobre a situação económica do País e as principais razões
das dificuldades económicas que o País enfrenta.
5. Após vários anos consecutivos de
crescimento economico rápido, o nosso país tem registado sinais de relativo
abrandamento do ritmo de crescimento.
6. Quais são as causas então?
• A nossa economia tem uma baixa base
produtiva! Isto é, o nosso consumo não é satisfeito, em grande medida, pela
produção nacional e, por isso, temos que recorrer às importações, donativos e
dividas. Este é o principal problema da nossa economia, consumimos mais do que
produzimos.
• O País tem vindo a conviver com este problema
estrutural de estarmos a importar mais do que exportamos;
• A título de exemplo, do período de 2013 a
2015 o País importou bens e serviços, excluindo os grandes projectos, cerca de
quatro vezes mais do que exportou, senão vejamos:
Em 2013, o País exportou USD 1.926 milhões
e importou USD 6.546 milhões;
Em 2014, exportou USD 1.477 milhões e
importou 6.465 milhões; e,
Em 2015, exportou USD 1.356 milhões e
importou USD 6.660 milhões.
• O problema estrutural e crónico de o país
gastar mais do que produz internamente tem sido também agravado pelo facto de
os preços dos principais produtos que exportamos estarem a resgistar uma queda
acentuada no mercado internacional.
• A título exemplificativo, em 2015, a
queda do preço do alumínio foi de 28%, algodão 12.5% e açúcar 20.9%, o que
diminui a entrada de divisas para o nosso país, necessarias para cobrir as
importações dos produtos que ainda não produzimos o suficiente.
• A actividade agricola que emprega a maior
parte da população moçambicana que contribui com cerca de um quarto do total de
bens e serviços que o país produz é afectada pelas secas e cheias aliada as
acções de desastabilização da Renamo, que mantem ilegalmente na posse armas.
• A China, segunda maior economia do mundo,
abrandou o seu ritmo de crescimento economico e consequentemnete dimuniu as
suas importações globais , incluindo produtos dos Países africanos.
• O problema da queda contínua dos preços
dos produtos de exportação não afectou apenas o nosso país, mas também afectou
Países ricos em recursos naturais, tais como, Angola, Zambia, Africa do Sul;
• o investimento directo estrangeiro têm
estado a reduzir-se nos últimos tempos, devido a combinação de causas relativas
a conjuntura interna e internacional.
• Os desembolsos dos Parceiros de Cooperação
Internacional, para 2016, estão atrasados, devido a conjuntura eocnomica nos
respectivos Países.
• Nos últimos anos o apoio dos parceiros de
cooperação internacional têm estado a reduzir. Por exemplo, em 2013, o Apoio
Geral ao Orçamento do Estado foi de USD 457 milhões, tendo, em 2014, reduzido
para USD 389 milhões e em 2015 para USD 297 milhões, devido a conjuntura
eocnomica nos respectivos Países.
Moçambicanas e Moçambicanos
7. Porque o nível das exportações do nosso
País está muito longe das nossas necessidades de importações, estas importações
estão a ser pagas, particularmente por empréstimos e donativos externos.
9. O valor global da dívida pública,
incluindo garantias emitidas pelo Governo e dívidas contraidas pelo Banco de
Moçambique para financiamento à Balança de pagamentos, reportada à 31 de
Dezembro de 2015 é de USD 11,64 mil milhões. Deste montante, USD 9.89 mil
milhões corresponde a dívida externa, incluindo USD 247 milhões do Banco de
Moçambique.
10. O saldo da dívida interna, a 31 de
Dezembro de 2015, é USD 1.75 mil milhões, estando ainda em reconciliação USD
233 milhões.
11. De destacar que do endividamento do
Estado, cerca de 60%, foi alocado para a infra-estruturas de estradas, pontes,
energia, água e transportes, 17% para agricultura e educação e o remanescente
para os outros sectores.
Compatriotas
12. No que se refere ao tema actual que é a
dívida externa ligada as empresas EMATUM, PROINDICUS e Mozambique Asset
Management (MAM), gostaria de partilhar com o povo moçambicano as seguintes
informações:
13. Como é do conhecimento público, a
Dívida da EMATUM, no valor de USD 850 milhões, dos quais USD 350 milhões têm
como finalidade importar embarcações e equipamentos de pesca e os USD 500
milhões para a protecção costeira.
14. Os ganhos com a transformação da dívida
comercial para soberana são os seguintes:
• Em vez do Governo pagar anualmente o
valor de USD 200 milhões, incluindo capital e juro, passam a ser feitos de
forma mais suave para o nosso País:
Pagamento apenas, em 7 anos, a partir de
2017, de juros anuais no valor de USD 78 milhões pagáveis semestralmente (cerca
de USD 39 milhões/semestre); e
Pagamento único do capital da dívida em
2023 (cerca de USD 731 milhões).
15. Para assegurar que a EMATUM pague a sua
parte está em curso a identificação de um parceiro estratégico que possa trazer
experiência, capacidade técnica para rentabilização da empresa.
Caros Compatriotas
16. A par da dívida da EMATUM, o Governo no
período de 2013-2014, emitiu garantias a favor dos créditos contraídos por
entidades económicas, nomeadamente:
• Proindicus, S.A. no valor de USD 622
milhões; e
• MAM, S.A. no valor de USD 535 milhões.
17. Proindicus, S.A, tem como objectivo
prestar serviços de segurança as empresas de hidrocarbonetos e contribuir para
protecção das embarcações maritimas e tráfego e fornecer serviços de busca e
salvamento de embarcações nas águas territoriais de Moçambique.
18. MAM, S.A tem como objectivo prestar
serviços a PROINDICUS e outras empresas, para evitar a saida de divisas para o
exterior no processo de reparação e manutenção de embarcações destas empresas.
19. Para assegurar que as dívidas destas
empresas não recaiam no bolso do cidadão, o Governo está a trabalhar com as
empresas com vista a asseguar que iniciem as suas actividades e honrem os seus
compromissos;
20. Queremos deixar ficar claro, caros
compatriotas, que no âmbito destas dívidas, o que for do interesse público, o
Estado irá assumir e a parte referente a componente comercial deverá ser paga
pelas respectivas empresas;
Caros Compatriotas
21. Esta informação deveria ter sido
partilhada em tempo útil com o povo moçambicano e com os parceiros de
cooperação internacional, incluindo o FMI e o Banco Mundial.
22. O momento sensível caracterizado pela
instabilidade aliado ao processo da transição de um Governo anterior para o
novo ciclo de Governação que iniciou em 2015, fez com que tivessemos
conhecimento e contacto gradual com os dossiers destas dividas à medida que
fossemos aprofundando o já conhecido;
23. O Governo enviou uma delegação à
Washington para junto do FMI e Banco Mundial para partilhar e esclarecer
informação relativa a toda dívida do País, em particular as garantias emitidas
a favor da PROINDICUS e MAM.
24. No âmbito da transparência, o Governo
tomou iniciativa, durante as conversações com o FMI, de informar a existência
de uma dívida bilateral contraida entre 2009 e 2014, no montante global de USD
221,4 milhões no quadro do reforço da capacidade para assegurar a ordem e
segurança pública.
Caros Compatriotas
25. Como Resultados da Visita a
Washinghton, temos a destacar os seguintes:
• Reconhecimento pelo FMI e Banco Mundial e
pelo Governo Norte-Americano do compromisso e da seriedade do Governo
Moçambicano na busca de soluções para a questão da dívida pública;
• Reafirmada a vontade de manter as
relações de cooperação entre o FMI e o Governo de Moçambique.
26. Estamos a trabalhar em conjunto para:
Restabelecimento da plena confiança e
consolidar a transparência fiscal de modo a que situações similares não voltem
a ocorrer.
Avaliar e determinar o impacto macroeconómico da dívida, com vista a redesenhar
os programas futuros com base na informação disponivel.
27. No encontro mantido com o Banco
Mundial, foi-nos informado que os desembolsos de apoio ao orçamento previstos
para o ano em curso, serão feitos após a conclusão dos trabalhos que decorrem
com o Fundo Monetário Internacional.
28. Em tempo oportuno, o Governo irá
providenciar toda informação sobre a dívida pública à Assembleia da República.
Caros Compatriotas,
29. Porque é que no nosso País o Metical
deprecia-se e o custo de vida tem estado aumentar? A resposta a esta questão
não pode ser somente imputada a questão do endividamento. O Metical deprecia-se
e o custo de vida aumenta porque:
• Primeiro - Produzimos e exportamos pouco,
consequentemente, observa-se uma menor entrada de divisas;
• Segundo – O Apoio Geral ao Orçamento do
Estado, pelos parceiros de cooperação internacional, reduziu; e
• Terceiro – O Investimento Directo
Estrangeiro também reduziu.
30. Porque são necessários mais Meticais
para a compra da mesma quantidade de dólares, os preços internos têm tendência
a subir para reflectir o efeito da depreciação cambial.
31. Mesmo os bens e serviços que não têm
relação com o dólar e com o mercado externo, tais como cacana, mandioca seca,
rendas de casa, restaurantes, cabelereiros, os seus preços estão a subir, numa
tentativa de recuperar os rendimentos dos que produzem/vendem esses bens e
serviços. Esta situação acaba afectando o custo de vida no nosso País.
32. O facto de a economia americana estar a
crescer e traduzir-se no fortalecimento do dólar americano, face às moedas
internacionais, é um choque negativo, sim, mas que poderia ser amortecido caso
a nossa base produtiva fosse maior e competitiva.
33. Resumindo, para conter a depreciação
acentuada do Metical, face ao dólar norte-americano e o aumento do custo de
vida, é necessário:
• Alargarmos e diversificarmos a base
produtiva e aumentarmos a produtividade da economia nacional, capitalizando as
potencialidades das quatro áreas de concentração e catalisadoras sem descurar
outras, que o nosso País tem vantagens comparativas que facilmente podem ser
converter em vantagens competitivas a saber: Agricultura, Energia,
Infraestruturas e Turismo;
O financiamento das actividades previstas
para estes quatro sectores em que o Governo vai actuar de forma mais
concentrada e catalisadora, será através de linhas de crédito concessionais já
identificadas e em negociação com os respectivos financiadores e pelo sector
privado, através de Parcerias Público-Privado.
• Melhorar a qualidade e eficiência da
despesa pública, com maior impacto no capital humano e operacionalização das
quatro áreas de concentração e catalisadoras; e
• Racionalização da
despesa pública.
• Assegurar que os projectos na área de
recursos naturais se desenvolvam de acordo com o cronograma acordado, esperando
que a decisão final sobre o investimento ocorra ainda este ano. As negociações
com Anadarko e a ENI estão praticamente concluidas.
34. Esta acção é importante para estimular
a economia, devido aos efeitos multiplicadores decorrentes da construção das
fábricas de liquefacção do gás natural.
Caros Compatriotas
35. Apesar da conjuntura adversa,
internacional e interna (cheias, seca e as condenáveis acções de
desestabilização da Renamo na zona Centro do País), o País continua a crescer.
36. Em 2015, o crescimento da economia
atingiu 6.3%. Esta taxa de crescimento indica que o País continua no bom
caminho, posicionando-se em terceiro lugar na SADC, depois da República
Democrática do Congo e da Tanzânia que registaram taxas de crescimento de 8.1%
e 6.9%, respectivamente.
37. A inflação média situou-se em 3.55%, abaixo da meta de 5.1%. No entanto, a
inflação acumulada, em Dezembro, foi de 10.55%, reflectindo a subida mais
acentuada de preços, em Dezembro, de mais de 4 pontos percentuais.
38. Para o ano em curso, 2016, está
projectado um crescimento economico de 7%.
39. Face à persistência dos efeitos da
conjuntura interna e internacional, o Governo está a avaliar a possibilidade de
propor a revisão da taxa de crescimento económico.
Caros Compatriotas
40. A estabilidade e resiliência da nossa
economia só se alcançarão com a produção interna cada vez mais crescente, pois,
nenhuma economia pode viver e sustentar-se de empréstimos, importações e
subsídios do Estado.
41. A conjuntura internacional que afecta
muitos países do mundo, particularmente os menos desenvolvidos que têm uma
estrutura económica débil e menos diversificada, como é o caso do nosso País,
não deve levar-nos a uma situação de desespero e nem desviar-nos dos objectivos
estratégicos constantes do Programa Quinquenal do Governo 2015-2019.
42. Moçambique é um país potencialmente
rico, em recursos humanos e naturais. O potencial agrícola, energético, turístico,
bem como a sua localização geoestratégica, fazem do nosso País um verdadeiro e
natural ponto de atenção e de atracção de investidores.
43. Uma das grandes lições a tirar da queda
acentuada dos preços das matérias-primas passa, necessariamente, pela aposta na
transformação da nossa economia, através da sua diversificação, aumentando a
capacidade produtiva e produtividade.
44. A diversificação da nossa economia vai
garantir uma base sustentável de produção que garanta a segurança alimentar,
substituição de importações e elevação de níveis de exportação, condições
essenciais para uma estabilidade macroeconómica, particularmente a taxa do
câmbio do Metical e redução do custo de vida e capacidade do país honrar com os
seus compromissos referentes ao serviço da dívida.
Caros Compatriotas,
45. Acabamos de partilhar a informação
sobre a situação económica do País incluindo a divida externa.
46. Exortamos a todos os moçambicanos:
• Manter a serenidade e confiança no
trabalho que o Governo está a realizar para ultrapassar esta situação e mitigar
os seus efeitos na vida dos moçambicanos;
• Com base nas lições aprendidas, reforçar
o sistema de controlo e transparência nas finanças públicas.
Muito obrigado pela
atenção dispensada
segunda-feira, abril 25, 2016
Refeição predilecta de Dhlakama
Cada um de nós, deixa o seu rasto
na sua passagem por este atribulado planeta à sua maneira. Alguns
notabilizam-se através de canto e dança, (Zaida e Carlos Nhlongo & Michael
Jackson); teatro (Gil Vicente & Gilberto Mendes); poesia (Luís de Camões
& José Craveirinha); pintura (Pablo Picasso & Malangatana Ngwenya);
escultura (Michelangelo Buonaroti/Miguel Angelo & Alberto Chissano);
Cerâmica (Maria Sidónio Borracho Damião & Reinata Sadimba); artes marciais
(Bruce Lee & Edson Madeira), como exemplos. Outros, simplesmente passam
despercebidos preferindo usufruir a vida sorrateiramente. São pessoas que
geralmente não aparecem nas revistas cor-de-rosa porque abominam as festas
sociais, os “flashes” das máquinas fotográficas nem as luzes da ribalta. Mas
nem por isso são menos importantes. São casos de empresários, membros de
Governos, médicos, curandeiros, etc., pouco vistos em cafés ou restaurantes de
luxo, preferindo refugiar-se em casa a descansar ou fazer passeios discretos.De
todos esses, quanto a nós, os piores são os que carimbam a sua passagem através
do derramamento de sangue inocente, tornando-se um horror, já que a humanidade
teve sempre um fascínio por figuras monstruosas, ou homens de mente mesquinha,
(Adolf Hitler), e de figuras estranhas e terríveis com uma força descomunal,
(casos do Minotauro dos gregos, os Elfos dos britânicos, os Dragões dos
Chineses, as Sereias que simbolizavam a sedução mortal - cabeça e tronco de uma
belíssima mulher e com o resto do corpo de peixe - elas encantavam os marinheiros
através do silvo dos seus cantos). Embora alguns desses monstros sejam,
obviamente, frutos da imaginação ou obras de ficção, há apenas um ou dois
séculos atrás, a crença de que alguns deles existiam era comum. Até hoje,
muitas pessoas acreditam que alguns desses seres, (Swipoko, Swidjusa, Mimoya ya
ku biha), realmente estejam por aí, prontos para nos surpreender ou apavorar.
Eles formam o grupo dos monstros “favoritos” e mais conhecidos da humanidade.
Se na verdade já não existem bichos lendários, existem homens sanguinários cuja
fama é pior do que o dos Monstros míticos.
Kandiyane
Wa Matuva Kandiya
Moçambique no mundial
A selecção nacional de futsal qualificou-se, sábado (23), para o campeonato do
mundo de futsal, prova que se vai realizar na Colômbia, em Setembro deste ano. Para
a selecção nacional garantir um lugar na 8ª edição do mundial da Colômbia teve
que vencer a Zâmbia, na marcação das grandes penalidades por 2-1, depois do
empate a cinco golos no tempo regulamentar. O jogo contou para atribuição do 3º
lugar do Campeonato Africano de Futsal, que decorreu na cidade sul-africana de
Johannesburg, o que vale dizer que Moçambique saiu deste CAN com a medalha de
bronze.Moçambique vai a Colômbia na companhia do Marrocos, selecção que afastou
o combinado nacional nas meias-finais, quando venceu por 4-1, e do Egipto, que
afastou a Zâmbia, ao vencer por 5-4.No jogo, a selecção nacional entrou bem,
saindo na primeira parte a vencer por 3-2. Na segunda parte ainda fez o 4-2,
mas depois permitiu a recuperação da Zâmbia, que esteve bem no ataque, chegando
a empatar a 4 golos. Até quando faltava um minuto e meio do fim do jogo,
Moçambique vencia por 5-4, mas nos instantes finais os zambianos conseguiram
empatar.Na marcação das grandes penalidades, os moçambicanos foram superiores,
acabando por vencer por 2-1. É caso para dizer que num país de dívidas, a
qualificação de Moçambique ao mundial da Colômbia, é motivo de sorrisos para os
moçambicanos.O mundial da Colômbia, na sua 8ª edição, decorre de 10 de Setembro
a 01 de Outubro deste ano.
Chumbado!

domingo, abril 24, 2016
Calminha!!!
Todos dos dias lemos nos jornais e nas
redes sociais que o ex-presidente Armando Guebuza e o ex-ministro das Finanças
Manuel Chang já deviam estar presos pelo seu papel na contratação de uma dívida
cujo processo não obedeceu aos trâmites estabelecidos na Lei Orçamental e na
Lei da Probidade Pública e cuja sustentabilidade era duvidosa. Boa parte desta
dívida serviu para a compra de armamento de guerra. Sempre fui contra esse
investimento na Defesa em vez de um investimento nas áreas sociais. Mas
cada vez mais acredito nos princípios que nortearam a criação da Ematum e da
Pro-indicus, nomeadamente o princípio da protecção costeira. Esta costa de 3
mil quilómetros que Moçambique tem, sem mesmo contar com sua riqueza em produtos
do mar e hidrocarbonetos, é hoje, se calhar, o principal activo do país.
O normal seria que o Ministério Publico
tivesse agido logo que se constatou que o Governo contratou a dívida para a
EMATUM sem passar pela Assembleia da República. Essa violação podia ter
suscitado uma reacção da Procuradoria-geral da República. Mas ela não fez nada.
Estamos habituadas a que não faça nada. Os pareceres do Tribunal
Administrativos sobre a Conta Geral do Estado trazem todos os anos indícios de
violação e crimes mas a PGR não faz nada. E tem um representante no TA (esta
direcção do Ministério Publico deve ser demitida em bloco). Triste cenário.
O assunto da dívida pública oculta é um
assunto delicado. Por isso, ele não deve ser tratado de ânimo leve, com essas
caricaturas e xingamentos insultuosos na praça pública. Quer se queira quer
não, Guebuza e Chang são inocentes até que se prove o contrário. E ninguém
ainda provou isso, incluindo os comentadores mais vibrantes de nossas tvs e os
caricaturistas mais talentoso das redes sociais.
A presunção de inocência é um princípio
fundamental do nosso direito penal e faz parte dos direitos constitucionais
mais básicos. Por isso de nada adianta estarmos a condenar por antecipação
essas duas figuras. Este assunto é demasiado sério para ser tratado com tamanha
leviandade.
(Marcelo Mosse)
Presidente regressa confiante!
O Presidente
moçambicano, Filipe Nyusi, disse hoje, em Bruxelas, que o Governo está a
trabalhar a todo o vapor, na frente politico-diplomática, para esclarecer com
transparência o problema da dívida externa com o objectivo de restaurar a
confiança junto dos credores e parceiros de cooperação que financiam o pais.
Nyusi, que falava a jornalistas no final da visita de trabalho de dois dias ao
Reino da Bélgica e instituições da União Europeia (UE), disse que o mérito do
país reconhecido pelos parceiros é a forma como o Governo está a lidar com o
processo com vista a ultrapassar o problema.
'Estamos a encarar com frontalidade o problema. Estamos a dar a cara de que o
problema existiu em Moçambique. Estamos a abrir portas para que as coisas sejam
entendidas e compreendidas', disse o estadista moçambicano, vincando que 'há
optimismo e expectativa geral de que Moçambique pode explodir na positiva e
crescer mais'.
As declarações do estadista moçambicano surgem na sequência de alguns
empréstimos contraídos em 2013 e 2014 por empresas moçambicanas, e com
garantias do governo, que levaram a suspensão da assistência financeira do Fundo
Monetário Internacional (FMI) ao país, na semana passada, enquanto se aguarda
pelo esclarecimento de todos os contornos da dívida.
Segundo Nyusi, Moçambique não é dos países mais endividados do mundo. 'As
dívidas têm que ser sustentáveis', disse, sublinhando que o governo está
empenhado em rapidamente restaurar a confiança dos parceiros financeiros para
encarar os desafios de desenvolvimento.Nesta cruzada politico-diplomática, o Governo conta com a colaboração dos
parceiros. O Chefe de Estado moçambicano disse que os parceiros estão
predispostos em colaborar com optimismo e encorajaram o Executivo a não se
deixar intimidar com o problema. Saudaram a postura do Governo de estar a discutir directamente o assunto com os
credores. 'Estamos a encontrar uma colaboração por parte do Fundo Monetário Internacional
(FMI) para vermos se encontramos uma solução rapidamente e voltarmos a ajuda
normal', disse Nyusi, sublinhando que 'mais do que nunca, estamos interessados
para que os que querem possam ter espaço para poderem ajudar com confiança'.
Neste processo, o Presidente da República reiterou que há interesse em todos os
parceiros em ajudar Moçambique a ultrapassar o problema. 'O interesse é construtivo. O importante é dar a cara, criar condições para que
o problema se resolva', disse.
A aposta do governo é de reestruturar todas as dívidas do país, incluindo a que
envolve a Empresa Moçambicana do Atum (EMATUM).
'A dívida está reestruturada. Esperamos que as outras que possam acontecer
sejam reestruturadas', afirmou Nyusi, vincando que, neste processo, o
importante é a atitude assumida pelo país'.
'Quando encontro esses países que apoiam Moçambique de forma directa
encorajam-nos a continuar com essas medidas', concluiu.A missão do Presidente da República na Europa terminou. Outra, encabeçada
pelo Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho do Rosário, trabalha em Washington com
as instituições de 'Bretton Woods' com vista a normalização das relações.Em Bruxelas, Filipe Nyusi manteve encontros com o Primeiro-Ministro, o Rei da
Bélgica, Presidente da Comissão Europeia, do Parlamento Europeu, com
Vice-Presidente do Banco Europeu de Investimentos, secretário-geral do Grupo
ACP, empresários e a comunidade moçambicana aqui residente, entre outras
entidades e personalidades.
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