quarta-feira, abril 08, 2015

Cuba "desespera" médicos



Resultado de imagem para Jeovany Jimenez VegaProcura-se traduzir a linguagem das medidas, através do Ministro da Saúde Pública de Cuba ,  para tentar impedir o êxodo actual de profissionais. Na mesma ordem em que elas foram feitas,  aborda-se  algo como isto:

1.      Reduzir os  contratos individuais em Angola: como o país africano é eternamente grato a Cuba desde a guerra dos anos 80, tacitamente ele é obrigado a cumprir com tudo que Havana deseja. Por outras palavras: cubanos em Angola como carne de canhão, sim; Os cubanos em Angola para trabalhar honestamente, sem ser explorado pelo governo cubano, nunca.
2.      Retirar os passaportes  oficiais a todos os funcionários no momento da chegada ao aeroporto: aqui está o Ministério da Saúde, no papel  da Direcção de Imigração, Ministério do Interior Cubano e da Alfândega.
3.     Promover acordos com clínicas privadas: tentativa de  controlar cada clínica privada dos países  com médicos cubanos. Isto indica até que ponto é obsessão em dificultar o sucesso da  classe  destes profissionais.
4.     Rever os acordos ministeriais para não permitir contratos livres: esta proposta, que o Governo Cubano  aspira  estabelecer, em quase todo o  , envolvendo instituições públicas e privadas, é um reflexo subconsciente do que foram as  missões médicas cubanas. Um método lucrativo. Os médicos disponibilizam-se para trabalhar, dispostos a entrar em bairros temidos e  proíbidos até mesmo para a polícia,  expostos a perigos,  assumindo o risco de vida e a baixo preço,  ainda são obrigados a obedecer e  "renegociar as remunerações a favor do Governo" nos termos do acordo com Cuba.
5.      Reflectir explicitamente o compromisso nos  contratos individuais com o trabalhador: até agora, tem sido sempre um princípio inflexível não permitir contratos individuais, e não só isso, mesmo algo tão simples como o colaborador estrangeiro não poder constituir amizade com pessoas que porventura sejam oposição ao " regime amigo", ou suspeita de ser. Assim nunca vai ser permitida a liberdade de circulação, por mais perto e banal que seja o seu destino como fazer compras, por exemplo, sem o devido consentimento.  
6.      Desactivar o exercício da profissão para aqueles que ousem desobedecer: há profissionais trabalhando no exterior, hoje, por salários muito mais aliciantes do que recebem no seu país e mesmo em missões médicas  oficiais e , não estão dispostos a ser “usados”. Julga-se que são apenas 211 casos em todo o país que decidiram trabalhar fora de Cuba "sem autorização", quando na verdade se contam aos milhares (no Brasil trabalham 14.462 médicos do principal programa da presidente Dilma para a Saúde)
7.       Considerar uma indisciplina grave o não cumprimento do prazo de pré-aviso de rescisão da relação de trabalho: neste caso há uma parte de razão, pois o senso comum dita que o médico deve dizer com o devido tempo a decisão de abandonar  determinado lugar para permitir a indicação de um substituto. Mas, então, pode-se questionar porque milhares de profissionais escusam-se respeitar algo tão elementar? Será que os médicos cubanos são tão irresponsáveis? Ou será que acabam por não confiar em tudo sobre a "boa vontade" dos seus líderes, após ter sido submetido por muitas décadas a todos os tipos de injustiças, sem que tenha  sido tomadas em conta as  necessidades mais básicas ? Ou é resultado de mais uma década de políticsa que os obrigou a esperar por mais de cinco anos, para viajar para o exterior, enquanto se aguardava pela autorização do seu ministro?
8.    Organizar, em conjunto com o Ministério das Relações Exteriores, encontros com embaixadores relevantes em Havana e orientação aos líderes de equipe e embaixadores cubanos em seus respectivos países para desencorajar contratos individuais:  uma decisão impensável. O governo de Cuba, através do Ministério da Saúde, numa posição abertamente intervencionista está a ditar medidas a outros países, tentando decidir sobre as suas políticas de saúde. Mau é imperialismo ianque que interfere na política interna de outros países, como na revolução revolução cubana felizmente sem sucesso.
9.      Eis uma das últimas medidas propostas pelo Ministério da Saúde Pública de Cuba para tentar deter o êxodo de profissionais: ao receber o pedido de colocação de trabalho de um especialista, que voltou depois de deixar os serviços sem cumprir os procedimentos estabelecidos, não colocar no centro da cidade, e sempre numa categoria inferior a que ele trabalhou. 
 (Por Jeovany Jimenez Vega, na foto,médico cubano desencartado  da prática da medicina, desde Outubro de 2006 a Abril de 2012)



Nos últimos 50 anos, o governo do Presidente Fidel Castro trocou ajuda médica por empréstimos e acordos comerciais com 107 países. Há dois anos, tomando o exemplo da Venezuela, Cuba embarcou mais de 40.000 profissionais da área de saúde para Caracas, entre médicos, enfermeiros e terapeutas, em troca de 105.000 barris de petróleo por dia.LEIA AQUI

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