Procura-se
traduzir a linguagem das medidas, através do Ministro da Saúde Pública de Cuba , para tentar impedir o êxodo actual de
profissionais. Na mesma ordem em que elas foram feitas, aborda-se algo como isto:
1.
Reduzir os contratos individuais em Angola: como o país africano é eternamente grato a Cuba
desde a guerra dos anos 80, tacitamente ele é obrigado a cumprir com tudo que
Havana deseja. Por outras palavras: cubanos em Angola como carne de canhão,
sim; Os cubanos em Angola para trabalhar honestamente, sem ser explorado pelo
governo cubano, nunca.
2.
Retirar os passaportes oficiais a todos os funcionários no momento da
chegada ao aeroporto: aqui está o Ministério da Saúde, no papel da Direcção de Imigração, Ministério do
Interior Cubano e da Alfândega.
3. Promover acordos com clínicas privadas: tentativa de controlar cada clínica privada dos países com médicos cubanos. Isto indica até que ponto
é obsessão em dificultar o sucesso da classe destes profissionais.
4.
Rever os acordos ministeriais
para não permitir contratos livres: esta proposta, que o Governo Cubano aspira estabelecer, em quase todo o , envolvendo instituições públicas e privadas,
é um reflexo subconsciente do que foram as missões médicas cubanas. Um método lucrativo. Os
médicos disponibilizam-se para trabalhar, dispostos a entrar em bairros temidos
e proíbidos até mesmo para a polícia, expostos a perigos, assumindo o risco de vida e a baixo preço, ainda são obrigados a obedecer e "renegociar as remunerações a favor do
Governo" nos termos do acordo com Cuba.
5.
Reflectir explicitamente o
compromisso nos contratos individuais
com o trabalhador: até agora,
tem sido sempre um princípio inflexível não permitir contratos individuais, e
não só isso, mesmo algo tão simples como o colaborador estrangeiro não poder
constituir amizade com pessoas que porventura sejam oposição ao " regime
amigo", ou suspeita de ser. Assim nunca vai ser permitida a liberdade de
circulação, por mais perto e banal que seja o seu destino como fazer compras,
por exemplo, sem o devido consentimento.
6.
Desactivar o exercício da
profissão para aqueles que ousem desobedecer: há profissionais trabalhando no exterior, hoje, por
salários muito mais aliciantes do que recebem no seu país e mesmo em missões
médicas oficiais e , não estão dispostos
a ser “usados”. Julga-se que são apenas 211 casos em todo o país que decidiram
trabalhar fora de Cuba "sem autorização", quando na verdade se contam
aos milhares (no Brasil trabalham 14.462 médicos do principal programa da
presidente Dilma para a Saúde)
7.
Considerar uma indisciplina grave o não
cumprimento do prazo de pré-aviso de rescisão da relação de trabalho: neste caso há uma parte de razão, pois o senso comum
dita que o médico deve dizer com o devido tempo a decisão de abandonar determinado lugar para permitir a indicação de
um substituto. Mas, então, pode-se questionar
porque milhares de profissionais escusam-se respeitar algo tão elementar? Será
que os médicos cubanos são tão irresponsáveis? Ou será que acabam por não
confiar em tudo sobre a "boa vontade" dos seus líderes, após ter sido
submetido por muitas décadas a todos os tipos de injustiças, sem que tenha sido tomadas em conta as necessidades mais básicas ? Ou é resultado de mais uma década de políticsa que
os obrigou a esperar por mais de cinco anos, para viajar para o exterior,
enquanto se aguardava pela autorização do seu ministro?
8.
Organizar, em conjunto com
o Ministério das Relações Exteriores, encontros com embaixadores relevantes em
Havana e orientação aos líderes de equipe e embaixadores cubanos em seus
respectivos países para desencorajar contratos individuais: uma decisão impensável. O governo de Cuba, através
do Ministério da Saúde, numa posição abertamente intervencionista está a ditar
medidas a outros países, tentando decidir sobre as suas políticas de saúde. Mau
é imperialismo ianque que interfere na política interna de outros países, como
na revolução revolução cubana felizmente sem sucesso.
9.
Eis uma das últimas
medidas propostas pelo Ministério da Saúde Pública de Cuba para tentar deter o
êxodo de profissionais: ao receber o pedido de colocação de trabalho de um
especialista, que voltou depois de deixar os serviços sem cumprir os
procedimentos estabelecidos, não colocar no centro da cidade, e sempre numa
categoria inferior a que ele trabalhou.
(Por Jeovany Jimenez Vega, na foto,médico
cubano desencartado da prática da
medicina, desde Outubro de 2006 a Abril de 2012)
-
Nos últimos 50 anos, o governo
do Presidente Fidel Castro trocou ajuda médica por empréstimos e acordos
comerciais com 107 países. Há dois anos, tomando o exemplo da Venezuela, Cuba
embarcou mais de 40.000 profissionais da área de saúde para Caracas, entre
médicos, enfermeiros e terapeutas, em troca de 105.000 barris de petróleo por
dia.LEIA AQUI
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