Pouco mais de 600 moçambicanos vítimas de xenofobia na África do Sul estão
a caminho de Maputo, numa altura em que as autoridades consulares moçambicanas
naquele país falam da normalização da situação, embora os cuidados sobre
possíveis ataques se mantenham redobrados.Fernando Fazenda, embaixador
moçambicano na África do Sul, disse esta terça-feira ao “Notícias” que as
vítimas, por sinal o segundo grupo, constituem o número mais alargado a ser
repatriado, numa operação coordenada pelas autoridades moçambicanas. O referido
grupo deixara ainda esta terça-feira aquele país e já em solo pátrio será encaminhado
ao centro provisório de acolhimento aberto em Boane, na província de Maputo,
sul de Moçambique. O primeiro grupo de repatriados foi de 107 moçambicanos que
já foram encaminhados às suas zonas de origem.“Continuamos a apelar às pessoas
a voltarem ao país porque a situação mantem-se tensa, embora haja sinais de
abrandamento dos ataques. Não podemos tirar conclusões precipitadas de que a
situação está calma, isto após a cerimónia dirigida pelo rei zulu, Goodwill
Zwelithini, na qual declarou guerra à xenofobia”, disse o embaixador. “Embora a
situação seja diferente da das primeiras semanas, vamos esperar para ver o que
é que isto vai dar. Enquanto isso prosseguimos com as nossas acções de ajuda
aos nossos concidadãos no sentido de voltarem para casa, porque essa é a melhor
opção” – sublinhou o diplomata.
A onda de violência xenófoba na África do Sul,
que teve como epicentro a cidade de Durban, obrigou milhares de moçambicanos a
refugiarem-se em três centros, tendo algumas centenas preferido regressar a
Moçambique. Três moçambicanos foram mortos por sul-africanos xenófobos.Na
imagem, os quatro suspeitos pelo assassinato do moçambicano Emmanuel Sithole.
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