O Governo e a Renamo, acordaram na ultima sexta-feira a
inclusão de mais países que devem fazer parte do grupo de observadores do
processo de cessar-fogo, abrindo assim uma oportunidade para um breve acordo
para o fim do conflito militar que já dura a aproximadamente há um ano, com o
líder do maior partido da oposição a ser “caçado” pelas forças governamentais. Reunidas
na última sexta-feira (28), na sede da Assembleia da República na 47a sessão de
negociações, as delegações do Governo e da Renamo, chegaram a consenso sobre a
inclusão da Itália, Portugal, Reino Unido da Grã-Bretanha (Inglaterra), Estados
Unidos da América (EUA), Quénia e Cabo-Verde, na lista dos observadores
internacionais no processo de cessar-fogo. A inclusão destes países que
constavam da proposta da Renamo, vinha sendo recusada pelo Governo. Com
aceitação destes seis países por parte do Executivo, sobe para nove, o número
de países que vão supervisionar o cessar-fogo.
Anteriormente, o Governo tinha
concordado apenas como observadores, três países da Comunidade de
Desenvolvimento da África Austral (SADC), nomeadamente a África do Sul,
Botswana e Zimbabwe. Segundo deram a conhecer os chefes das duas delegações,
nomeadamente José Pacheco, do Governo, e Saimone Macuiana, da Renamo, as partes
instruíram os seus peritos militares para, durante este fim de semana, fazerem
o “alinhamento e harmonização” dos termos de referência que em princípio,
segundo as fontes deverão ser concluídos hoje(31), segunda-feira ou
quarta-feira em sede das negociações. Apesar deste avanço, as partes não se
entenderam em relação a inclusão das Nações Unidas (ONU) e União Europeia (UE),
com o Governo a alegar a complexidade do funcionamento dessas organizações.O
chefe da delegação do Governo, Jose Pacheco, afirmou que para trazer essas
organizações seria um processo complexo, porque, para as organizações poderem
participar, vai ser necessário convocar e reunir os seus membros para
deliberação, para além de que depois entrariam no processo de procurar países
que estariam dispostos a mobilizar pessoal e logística para esta missão.Enquanto
isso e paradoxalmente a todos os avanços que vêm sendo registados, os
confrontos militares continuam, com assinaláveis baixas do lado das tropas
governamentais. (B.Álvaro)
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