Numa noite sem surpresas, "12 Anos Escravo" foi
considerado o melhor filme do ano. A histórica verídica de Solomon Northup, um
afro-americano livre raptado e vendido como escravo nos EUA esclavagista do
séc. XIX, ganhou em mais duas categorias. Lupita Nyong'o venceu como melhor
atriz secundária e John Ridley conquistou o galardão de melhor argumento
adaptado. No momento de agradecimento, o realizador Steve Mcqueen dedicou o
filme aos 21 milhões de escravos que ainda existem. "O que este filme nos
mostra é que toda a gente merece viver, não apenas sobreviver." Considerado
o grande rival do filme vencedor, "Gravidade" conquistou sete
óscares, contudo, à execeção do de melhor realizador para Alfonso Cuarón,
ganhou apenas em categorias técnicas. Além do prémio para o realizador
mexicano, o filme venceu nas categorias de melhores efeitos visuais; melhor
mistura de som; melhor montagem de som, fotografia, montagem, melhor banda
sonora. Cate Blanchett, em "Blue Jasmine", e Matthew McConaughey, em
"O Clube de Dallas", foram considerados os melhores atores
principais. A atriz australiana aproveitou o momento para salientar a
importância de filmes centrados em personagens femininas. "O sucesso do
filme mostra que as pessoas querem ver histórias criadas à volta de mulheres e
que essas histórias dão dinheiro."
Jared Leto, em "O Clube de Dallas", acompanhou Lupita
Nyong'o, em "12 Anos Escravo", na categoria de melhor ator
secundário. Num discurso emocional, em que agradeceu à mãe pelo sacrifício que
fez ao criar os filhos, e político, ao lembrar as revoltas populares na Ucrânia
e na Venezuela, Jared Leto dedicou o prémio às vítimas de SIDA. "Aos 36
milhões que perderam a batalha." Apesar da atualidade do discurso, o ator
foi pouco aplaudido. "O Clube de Dalas ganhou ainda prémio de melhor
caracterização.
A reflexão de um escritor de 65 anos, que há anos não consegue
completar um livro, em "A Grande Beleza" valeu o óscar de melhor
filme estrangeiro ao realizador italiano Paolo Sorrentino. No campo do
documentário, o filme sobre a mais velha sobrevivente do holocausto, "The
Lady in number 6", foi considerado a melhor curta metragem. Já o melhor
documentário é "A dois passos do estrelato", que chega em abril a
Portugal. A obra retrata a histórias das cantoras de coros do século XX que,
apesar de terem ajudado muitos cantores a chegar ao estrelato, como Elvis
Presley ou Steve Wander, nunca saíram do anonimato. "Frozen - o Reino do
Gelo", da Disney venceu, como era esperado, o prémio de melhor animação e
melhor música. "Mr. Hublo" foi considerada a melhor curta animada.
Nesta categoria concorria "Feral" de Daniel Sousa, cineasta natural
de Cabo Verde e que viveu em Portugal antes de se ter radicado nos EUA.Este ano
a apresentação da cerimónia ficou a cargo de Ellen Degeneres. "Apresentei
há sete anos e estou muito feliz por estar de volta." Durante a entrega
dos prémios, a presentadora postou no Twitter e tirou memo uma boothie (uma
selfie mas com mais pessoas) com Julia Roberts, Meryl Streep, Bradley Cooper,
Brad Pitt. A imagem já está a correr nas redes sociais. Num ano com tantos
filmes baseados em histórias verídicas, a academia escolheu como tema para a
festa 'os heróis populares que inspiraram filmes de Hollywood'. A verdadeira
Philomena, cuja história é interpretada por Judi Deench no filme com o seu
nome, era uma das presentes.
0 comments:
Enviar um comentário