Todo o cuidado
é pouco tendo em conta a história pouco edificante que tem sido apanágio do
STAE.Há todo um edifício infestado de vírus que não deixa que a popular
expressa pelo voto seja conhecida e validada.Joga-se com vantagens
obscuras e encobertas. Não se pense que as cedências anunciadas quanto ao
pacote eleitoral sejam feitas de boa vontade e com o intuito de imprimir uma
nova dinâmica e credibilidade aos processos eleitorais no país. Alguma coisa
está subjacente e seguramente instalada de modo a dar vantagem ao partido
governamental.O recrutamento de agentes eleitorais afectos ao partido no poder,
o uso de camuflagem legalista no recrutamento e controlo do sistema visam
cobrir jogadas nada limpas.Importa que os actores políticos se comportem com
responsabilidade e sejam capazes de fechar o caminho aos que diariamente pensam
em novas formas de implementar esquemas fraudulentos.É de extrema importância
que não se caia na ilusão de que desta vez o STAE se vai comportar dentro
daquilo que está definido como balizas legais.Há que trazer elementos fortes de
responsabilização e fiscalização de tal sorte que não haja lugar para que prevaricadores
e agentes provocadores procedam com impunidade.“ O sentimento de costas
quentes” deve ser objecto de tratamento adequado, trazendo para a barra dos
tribunais de maneira célere todos aqueles que procurarem distorcer o voto dos
cidadãos.A credibilidade de toda a máquina eleitoral está profundamente
relacionada com, a forma de actuação da mesma.
Aquelas empresas escolhidas muitas vezes sem concurso público ou obedecendo a
instruções prévias dos centros do poder, para presidirem ao procurement eleitoral
devem ser escrutinadas e fiscalizadas. Erros chamados convenientes de pequenas
falhas não podem nem devem ser toleradas pois afecta a credibilidade de todo um
processo.
Não se pode aceitar a repetição constante de determinadas situações graves.
As máquinas e todo o equipamento bem como insumos adstritos ao processo devem
ser conhecidos pelos partidos concorrentes. Dinheiros públicos alocados ao
processo eleitoral devem ser sujeitos a fiscalização. As empresas fornecedoras
devem ser conhecidas por todos. Os pagamentos efectuados não precisam de ser
escondidos.O STAE não ser a “galinha dos ovos de ouro” de um grupo de pessoas e
empresas com ligações partidárias.Abertura institucional faz parte do que deve
ser feito com urgência de modo a que se eliminem as desconfianças que
persistem.Já deveria ter sido feito um diagnóstico e uma auditoria independente
ao STAE e ao seu desempenho logo que terminou o processo de eleições
autárquicas de 2013.É de interesse público e dos partidos políticos que se conheça
detalhadamente toda a ginástica orgânica do STAE, sua contabilidade e
procedimentos.Repetimos que sem uma limpeza metódica e sanitária do STAE
continuaremos a ter problemas com os resultados eleitorais anunciados pela CNE.A
abertura de participação dos partidos políticos no processo eleitoral através
de sua presença no SATE/CNE deve significar oportunidade de trabalho rigoroso
em defesa da democracia política em Moçambique.
Do mesmo que a vitória se prepara a fraude se prepara.
Não se pode conceder facilidades a gente que se sabe ser pouco honesta.
A troca de favores materiais e a frequente promoção de quem se comporta a
contento para postos mais rendosos ou lucrativos tem amiúde servido de isca de
eleição para garantir que agentes eleitorais violem as leis eleitorais.O tempo
de preparação da campanha dos partidos não se estica e as datas aproximam
velozmente.
Fechar buracos e vazios legais, estabelecer uma base de fiscalização e de
estudo dos processos técnicos inerentes ao processo eleitoral vai permitir que
os concorrentes sejam eleitos em função daquilo que for o voto depositado
neles.Precisa ser conhecido previamente quem votará e aonde.O “fenómeno Changara” de urnas gordas e abarrotando, com 100% de votos para um
só candidato, cadernos eleitorais onde não morreu ninguém só pode ser evitado
se houver conhecimento prévio dos números. Trabalhar para a democracia
política deste país é trabalho quotidiano em que se exige comprometimento e
responsabilidade.Os mercenários políticos e os prostitutos políticos não vão
desarmar de ânimo leve… (Noé Nhantumbo)
0 comments:
Enviar um comentário