O governo
moçambicano tranquiliza e assevera que o assalto perpetrado na madrugada de
Segunda-feira a um paiol das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) no
posto administrativo de Savane, distrito de Dondo, na província central de
Sofala, não vai i
nviabilizar o diálogo em curso com a Renamo, o maior partido
da oposição em Moçambique.O governo e a Renamo encontram-se envolvidos num
diálogo, a pedido desta formação política, para discussão de uma agenda que
inclui quatro pontos, nomeadamente um novo pacote eleitoral, despartidarização
da administração do Estado, matérias relativas a defesa e segurança e questões
económicas.O ataque resultou na morte de pelo menos cinco membros das forças de
defesa e segurança de Moçambique. Esta posição foi manifestada pelo porta-voz da 19ª sessão do Conselho de
Ministros ocorrida (18) em Maputo.
“A vontade do diálogo do governo e a vontade de manter a situação de
estabilidade política que prevalece no nosso país não vai ficar afectada por
essa acção irresponsável, por essa acção injustificada levada a cabo pela
Renamo”, disse Gabriel Muthisse, porta-voz do encontro.“Nós vamos nos encontrar
com a Renamo na Segunda-feira para as sessões de diálogo”, acrescentou. Questionado sobre as razões que levaram o governo a atribuir o referido ataque
a Renamo, Muthisse arrolou uma série de eventos ocorridos em Moçambique nos
últimos anos.
“O percurso deste partido, as ameaças que vem proferindo ao longo dos últimos
meses, até diria ao longo dos últimos anos, os antecedentes de Muxúnguè e de
outros locais e tentativas, que se assistiram nos últimos meses, de
concentração de homens armados em vários locais do nosso país o ‘modus
faciendi’ tudo isso nos mostra que esta é uma acção da Renamo. Não existe uma
outra entidade que possa ter levado esta acção”, disse Muthisse, que também
desempenha as funções de vice-ministro das pescas.Segundo o governante, acresce
o facto de aquele antigo movimento rebelde manter homens armados nas suas bases
ou nas suas sedes. O governo afirma ainda que nos últimos anos a Renamo
tem estado a incitar de maneira muito activa a situações de violência e de ódio
no seio da sociedade moçambicana. Para o governo, este ataque
completamente injustificado a uma posição das forças de defesa e segurança em
Savane é o corolário de todo este processo de ameaças e de incitação a
violência que a Renamo tem estado a fazer.
O comandante da
PRM em Sofala, Joaquim Nido, disse ontem que não há dados que evidenciem que
foram os homens armados da Renamo que assaltaram o paiol de Savane e preferiu
falar de perturbação à ordem pública.“Em nenhum momento conseguimos identificar
se são indivíduos que pertencem a uma formação política como a Renamo. É mais
um caso de perturbação à ordem pública, daí que apelamos à calma da população
de Sofala”, disse Joaquim Nido. Mais cauteloso, o presidente da República
reagiu a partir de Niassa, onde se encontra em presidência aberta. Armando
Guebuza não acusou a Renamo nem mesmo chegou a falar desta formação política.
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