O presidente da Autoridade Tributária
de Moçambique (ATM), Rosário Fernandes, adverte que as ameaças e os ataques da
Renamo, o maior partido da oposição no país, poderão afectar o processo de
arrecadação de receitas para os cofres do Estado. Segundo o dirigente, no ano
passado foram alcançados 98,6 mil milhões de meticais (cerca de 3,3 biliões de
dólares ao câmbio corrente) de receitas prevendo-se que, este ano, esta cifra
se mantenha ou seja superada.O jornal “Noticias”reporta que Fernandes fez esta
advertência sexta-feira última quando se dirigia aos tradicionais operadores do
Porto da Beira que garantem o trânsito de mercadorias de e para o Zimbabwe,
Zâmbia, Malawi e RDCongo com os quais se reuniu para juntos
abordarem matérias
relativas à implementação da Janela Única Electrónica (JUE).Aquele responsável
reagia assim aos últimos desenvolvimentos políticos no país caracterizados por
alguma instabilidade na sequência de ameaças e ataques da Renamo numa altura em
que decorre um diálogo entre as partes para a aproximação das diferenças.Aliás,
o impacto na economia moçambicana já é visível na região centro, onde centenas
de pessoas interessadas em seguir as suas viagens, quer para o sul quer para o
norte de Moçambique, são forçadas a permanecer na sede do posto administrativo
de Muxúnguè, província central de Sofala, a espera da oportunidade de
prosseguir. A par disso, um elevado número de camiões carregados de mercadoria
diversa, viaturas particulares, autocarros e “mini-buses” de transporte de
passageiros formam enormes filas que chegam a atingir entre um e dois
quilómetros, à espera da oportunidade de passar uma vez que a circulação só é
feita no período diurno, ou seja, o trânsito cessa depois das 17.00 horas. O
clima de instabilidade que se instalou na região centro de Moçambique também
está a afectar escoamento do carvão na Linha de Sena, que liga a região
carbonífera de Moatize, na província de Tete, ao porto da Beira, em Sofala,
particularmente no período nocturno. Como consequência, reduziu de seis para
três a circulação diária dos comboios transportando carvão mineral ao longo da
Linha de Sena. “Temos que ter as nossas vias de comunicação livres de
instabilidade com infra-estruturas sólidas. Queremos que haja uma comunicação
plena do sul, norte e no “hinterland”. Quando o comércio, a agricultura,
indústria estão parados isso provoca um colapso económico e Moçambique é
exemplo no mundo na estabilidade económica. Os cidadãos devem circular
livremente e os agentes económicos praticarem negócios como direitos
inalienáveis consagrados na constituição da República que não podem ser postos
em causa por ninguém”, recordou o presidente da ATM. E mais do que isso, no seu
dizer, o factor humano é essencial para o trabalho em condições de estabilidade
na livre circulação de pessoas e bens no nosso país e em toda a região da
África Austral e não só. Reafirmou que nenhum operador económico, seja ele qual
for, fica tranquilo quando as vias de comunicação estão fechadas. “Mesmo dentro
da própria cidade, quando há covas, não há energia e água é motivo de
preocupação. Quando o comércio, agricultura e indústria estão parados as
famílias também estão paradas”- concluiu o presidente da ATM.Sustentou que
Moçambique é um dos exemplos no mundo de estabilidade política cuja experiencia
é replicada internacionalmente.
0 comments:
Enviar um comentário