Uma carta assinada pelo médico ginecologista Pascoal
Mocumbi (antigo primeiro-ministro,veterano da FRELIMO) e subscrita por outros
84 médicos especialistas de diversas áreas e mais antigos do Serviço Nacional
de Saúde (SNS) foi enviada ao Presidente da República, Armando Guebuza, para
manifestar a sua indignação face à actual situação na Saúde e apela à sua
intervenção para a solução deste problema. A missiva, a que o “Notícias” teve
acesso, refere-se, entre outras coisas, que as condições de trabalho e a vida
dos profissionais da Saúde têm estado a se deteriorar de forma acentuada nos
últimos tempos, com faltas básicas de medicamentos e equipamentos nas unidades
sanitárias, condições péssimas de habitação, sobretudo para os jovens médicos e
para os pós-graduados e com salários de miséria. A carta contesta o facto de o Orçamento
do Estado para a Saúde ter baixado nos últimos seis ou sete anos em cerca de 50
por cento enquanto em alguns sectores aumentou 10 vezes mais. O documento
afirma também que a actual situação em que se encontra o SNS deriva do silêncio
dos governantes face às preocupações reiteradamente apresentadas pelos
profissionais da Saúde, que se sentem desconsiderados, injustiçados,
desmoralizados e revoltados.
Os subscritores da carta denunciam ainda situações de coacção, intimidação,
demissão e repressão exercidas sobre os profissionais da Saúde envolvidos na
greve e, segundo a carta, são medidas contraditórias com o reconhecimento da
legitimidade da greve e não aceitáveis num Estado de Direito, o que contribui
para o agravamento da situação.Revela também que este grupo associa-se à Ordem
dos Médicos de Moçambique e outras instituições no repúdio à detenção do
presidente da AMM, Jorge Arroz. A referida missiva lamenta e condena a
minimização da gravidade da situação da greve, ocultando os problemas
existentes e denegrindo as justas e legítimas reivindicações dos profissionais
da Saúde.Segundo o documento, este grupo constatou que, contrariamente ao que se
tem propalado, os serviços mínimos têm sido assegurados na quase totalidade dos
hospitais do país, embora com algumas deficiências que é necessário colmatar. É
com base nestas questões que os médicos apelam à intervenção do Chefe do
Estado, na qualidade do mais alto magistrado da nação, no sentido de se
encontrar uma solução para as preocupações dos médicos.(Leia AQUI a carta assinada por 84 médicos especialistas com mais tempo no sistema nacional de saúde,2 Ex-ministros da saúde,1 Ex-primeiro ministro
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