O Presidente da República, Armando
Guebuza, apelou hoje aos moçambicanos para não se sentirem desesperados com o
actual clima de tensão que se vive no país, onde homens armados atacam e matam
civis e agentes das forças de defesa e segurança.Falando a jornalistas, em
Maputo, por ocasião da passagem hoje de 38 anos após a proclamação da
independência nacional, Guebuza considerou essa situação como um teste à
determinação dos moçambicanos de continuarem unidos na construção do país e na
luta contra a pobreza.“Algumas pessoas não somente são impacientes, o que é
óbvio, mas ficam desesperadas e pensam que tudo acabou. Mas mesmo na vida de
cada indivíduo há períodos em que as pessoas são testadas na sua determinação
de fazer as coisas. E ao serem testadas devem provar que, efectivamente,
acreditam nos princípios e na sua determinação de vencer o sofrimento e a
pobreza e fazendo isso sobretudo garantindo que haja paz”, disse Guebuza.Nas
últimas semanas, mais de uma dezena de cidadãos e agentes das Forças de Defesa
e Segurança foram mortos em ataques perpetrados na província de Sofala, centro
do país, por homens armados que se acredita serem da Renamo, que é também a
maior força da oposição no país.O último ataque ocorreu na semana passada,
tendo como alvo um paiol das Forças Armadas de Moçambique no distrito de Dondo,
na província central de Sofala, cujo saldo foram sete militares foram mortos e
equipamento militar roubado. Dias depois, começaram outros ataques a civis ao
longo da Estrada Nacional Número Um (EN1), no troço Rio Save/Muxúnguè, onde até
agora a circulação é feita com a protecção de uma escolta das Forças Armadas.Para
Guebuza, o registo de incidentes isolados no país não pode ser interpretado
como o fim da paz em Moçambique. “O governo permanece firme na sua determinação
de, por via de diálogo, encontrar resposta a estas questões”, sublinhou o
estadista moçambicano.A acção armada da Renamo, que mantém homens armados nas
suas bases desde a assinatura do acordo geral de paz em 1992, é interpretada
como uma forma de pressão ao governo para responder positivamente as suas
exigências nas negociações em curso no país já há alguns meses.A principal
exigência da Renamo nessas negociações é a alteração da lei eleitoral – já em
vigor – de modo a assegurar uma representação por igual dos partidos políticos
na Comissão Nacional de Eleições (CNE). A lei passou em Dezembro último sem o
voto a favor na Renamo no parlamento.Contudo, ainda persiste um impasse no
diálogo entre a Renamo e o governo, o que para muitos significa a continuidade
ou alastramento do clima de violência no país. Guebuza apela à paciência da
sociedade, dada a complexidade do diálogo entre as partes.Sobre a necessidade
de um encontro urgente com o presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, para
discutir e resolver a actual situação política do país, Guebuza esclareceu que
sempre esteve aberto para o diálogo.
O estadista moçambicano afirma que o mesmo não sucede com Dhlakama que “escapa sempre”.
Questionado se a actual situação do país não fragiliza o seu papel na mediação de conflitos na Comunidade de Desenvolvimento a África Austral (SADC), que Moçambique detém a presidência rotativa, Guebuza respondeu “penso que não”.“Não devíamos ver em cada incidente ou cada acidente no percurso como pondo em causa tudo aquilo que é fundamental. Caso contrário, bastava cair um pingo de chuva para pensarmos que teremos cheias. Não é isso. Nós não estamos desanimados. Nós acreditamos que vamos resolver o problema e que o papel de Moçambique na SADC e no mundo permanece o mesmo”, explicou.
O estadista moçambicano afirma que o mesmo não sucede com Dhlakama que “escapa sempre”.
Questionado se a actual situação do país não fragiliza o seu papel na mediação de conflitos na Comunidade de Desenvolvimento a África Austral (SADC), que Moçambique detém a presidência rotativa, Guebuza respondeu “penso que não”.“Não devíamos ver em cada incidente ou cada acidente no percurso como pondo em causa tudo aquilo que é fundamental. Caso contrário, bastava cair um pingo de chuva para pensarmos que teremos cheias. Não é isso. Nós não estamos desanimados. Nós acreditamos que vamos resolver o problema e que o papel de Moçambique na SADC e no mundo permanece o mesmo”, explicou.
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