O Presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim,
comprometeu-se a envidar esforços no sentido de elevar a qualidade de ensino em
Moçambique.Este compromisso foi anunciado no término de uma audiência que lhe
foi concedida pelo estadista moçambicano, Armando Guebuza, na cidade japonesa
de Yokohama, onde se encontra a participar na 5/a edição da Conferência de
Tóquio para o Desenvolvimento Africano (TICAD V).“Eu também já fui educador,
mais concretamente docente universitário, antes de me juntar ao Grupo Banco
Mundial. Por isso, prometi ao presidente o meu envolvimento pessoal para ajudar
a melhorar o sistema de educação em Moçambique”. O presidente do Banco Mundial, que se escusou de elaborar, disse ainda que a
sua instituição vai criar um “Núcleo de Conhecimento” (Knowledge Hub) no país. Refira-se que a qualidade de ensino no país constitui uma das maiores
preocupações do governo moçambicano, devido aos elevados índices de reprovação. Convidado
a fazer uma radiografia da situação actual de Moçambique, o presidente daquela
instituição multilateral de crédito vincou que são poucos os países saídos de
um conflito e que depois se tornaram estáveis e com uma economia em franco
crescimento. “Moçambique continua a registar um forte crescimento
económico, por isso, usamos o sempre como exemplo de sucesso”, disse. Ele
manifestou a sua satisfação com o desempenho de Moçambique, afirmando que
existem muitos desenvolvimentos interessantes em curso na área da agricultura,
mitigação de risco das cheias resultantes das mudanças climáticas, entre
outros. Além disso, o país possui um elevado potencial graças a descoberta
de vastos jazigos de recursos minerais, aliado a um forte compromisso do governo
na criação de emprego e melhoria do padrão de vida da população.A fonte disse
ainda ter prometido ao presidente moçambicano que o Banco poderá desempenhar um
papel importante para ajudar o governo e apoiar o sector privado neste
processo. Sobre outros temas abordados no encontro com o estadista
moçambicano, Jim Kim disse que também discutiram os procedimentos burocráticos
no Banco Mundial, tendo deixado a promessa de melhorar a eficiência da sua
instituição. Questionado sobre o parecer do Banco Mundial com relação as
perspectivas de Moçambique a médio prazo, Jim Kim afirmou estar esperançado que
o país consiga manter este crescimento rápido quando começar a receber os
dividendos da exploração dos recursos minerais, particularmente do gás natural.“Acreditamos
que Moçambique irá tornar-se num país de renda média para tirar rapidamente
toda a sua população da pobreza e assegurar que os frutos sejam partilhados por
todos”, disse. Segundo Jim Kim, entre os principais objectivos da sua
instituição em Moçambique destacam-se a erradicação da pobreza extrema e uma
maior prosperidade partilhada pelos 40 por cento da população que ainda se
encontra no fundo da escala. O presidente do Banco reconhece que a indústria extractiva não cria muitos
empregos e, por isso, algumas vezes os frutos da exploração dos minerais nem
sempre beneficiam toda a população.“Mesmo assim, o presidente Guebuza
asseverou-me que os dividendos das minerais serão partilhados por todos”, disse
Jim Kim, afirmando que, com isso, brevemente Moçambique poderá constar na lista
dos países de renda média.
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