A última eleição dos órgãos
sociais da Organização da Juventude Moçambicana (OJM), por sinal, braço juvenil
da Frelimo, realizada semana passada, em Manica, criou, ainda mais, o fosso nas
relações, já tensas, entre a direcção do Partido Frelimo, liderado por Filipe
Paúnde, secretário-geral, e a juventude do partido. O primeiro sinal, em
resposta, emitido pela juventude da Frelimo foi de ter “votado nulo” no
candidato imposto por Paúnde, o jovem Pedro Cossa. Os resultados das eleições
são surpreendentes. Contrariamente aos dados avançados na comunicação social,
Pedro Cossa foi eleito com 19 votos válidos, contra 54 votos nulos e em branco.
Em termos percentuais, o jovem Cossa foi eleito com 26% de votos, menos de um
terço de votantes, o que gelou a sala de conferência durante o anúncio dos
mesmos resultados. Mas para não alarmar a opinião pública, Filipe Paúnde, tido
como o orquestrador da eleição, decidiu que os dados a ser difundidos deveriam
ser invertidos. Isto é, anunciar que o novo secretário-geral da OJM foi
“legitimado com 54 votos a favor de um total de 73, dos quais 19 em branco”.
“Não é verdade. O que aconteceu foi o contrário.O camarada Pedro (Cossa) foi
eleito com 19 votos válidos e os restantes votos foram nulos”, confirmaram-nos
vários membros da OJM que estiveram na conferência que, segundo apurámos, foi
convocada na mesma semana, justamente na quarta-feira para acontecer na sexta.(OPAÍS)
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