Um
estudo realizado pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique
(CTA) aponta Moçambique como um país com volatilidade cambial alta facto não
anormal para um país em desenvolvimento, de baixos rendimentos e que exporta
produtos primários.O estudo realizado pela CTA, durante o período compreendido
entre 2011 e 2013, avança que as implicações da alta volatilidade das taxas de
câmbio na estabilidade financeira e crescimento dependem da presença ou
ausência de mercados de cobertura.Segundo o estudo, Moçambique tem vindo a
melhorar nesta área, mas as pesquisas noutros países indicam que quando os
mercados financeiros estão subdesenvolvidos, uma taxa de câmbio variável está
negativamente associada ao crescimento de produtividade. “A razão principal é que as empresas e os agregados familiares não possuem os
instrumentos necessários para gerir esta volatilidade. Assim, é necessário que
as autoridades evitem a volatilidade excessiva dando prioridade a políticas
monetárias e fiscais estáveis e intervindo no mercado cambial de acordo com as
necessidades para que a taxa de câmbio nominal não atinja o pico”, avançam os
estudos.A taxa de câmbio, segundo os estudos, tem efeitos importantes na
economia moçambicana influindo na determinação dos preços internos da competitividade
das exportações e dos investimentos de substituição das importações e nas
valorizações dos activos o que traz dificuldades para os políticos. “ Por um lado, para manter a inflação interna baixa e manter os consumidores
urbanos de alimentos básicos felizes, a apreciação da taxa de câmbio traz
alguns benefícios desejáveis a curto prazo”, aponta o estudo.O facto é que a
elevada transmissão para os preços significa que as importações de bens de
consumo e alimentos básicos serão mais baratos o que é importante para os
orçamentos dos agregados familiares urbanos. Por outro lado, a
sobrevalorização da taxa de câmbio real afecta negativamente as perspectivas de
crescimento a longo prazo, reduzindo os incentivos aos investimentos, incluindo
os importantes na substituição de importações para a segurança alimentar. Esta tensão entre as necessidades de política de curto prazo e as perspectivas
de crescimento a longo prazo vai se acentuar ainda mais no futuro porque os
fluxos dos megaprojectos irão exercer uma pressão ascendente sobra a taxa de
câmbio.Este facto vai obrigar as autoridades a prestarem maior atenção a esta
reciprocidade e ter em mente que a experiência de desenvolvimento salientada
pelas economias de alto crescimento revela que manter a taxa de câmbio real em
níveis competitivos pode ser fundamental para as perspectivas de crescimento,
em particular nos países de baixos rendimentos.
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